Em
recente pesquisa divulgada pela INFRAERO (Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária), dos doze aeroportos das Capitais brasileiras que irão sediar os
jogos da Copa de 2014, o nosso é o que apresenta os maiores problemas.
A
sala de espera do aeroporto de Cuiabá, que fica no município de Várzea Grande e
deve à sua construção a uma intoxicação alimentar na então primeira-dama do
país, Maria Tereza Goulart é um mundo fascinante.
Na
promiscuidade de pessoas embarcando, enfrentando longas filas, com espaços
reduzidos - onde corpos se tocam -, sem refrigeração adequada para o tórrido
ambiente e, pela fisionomia das pessoas, sabemos os que estão “loucos” para
ficar e outros para ir.
Neste
período de chuvas com temporais, raios e trovões, geralmente o voo é suspenso e
o infeliz passageiro é avisado pelo microfone, já que o painel eletrônico pifa
nessas ocasiões.
Nenhuma
orientação é prestada a essa gente que tinha compromissos agendados em outra
cidade ou Estado. Isso demonstra que a tal da terceirização, que virou moda no
serviço público, tem um atendimento de total despreparo do seu pessoal de
terra.
Os
passageiros frustrados são aconselhados a aguardarem a qualquer instante por
novas orientações sobre os seus destinos.
Algumas
companhias aéreas, sabedoras do prejuízo que significa o cancelamento de um
voo, enfrentam todas as intempéries e decolam os seus aparelhos mais pesados
que o ar.
Interessante
é observar a fisionomia dos passageiros envolvidos nessa situação. Fingem que
tudo aquilo que está acontecendo é a coisa mais natural deste mundo.
Alguns
disfarçam o seu medo falando ao celular. Outros leem um livro ou rabiscam
anotações em uma caderneta. Difícil alguém desistir da viagem ou deixar o
embarque para o dia seguinte.
São
os crentes no “assim estava escrito”, pois mesmo confiando na tecnologia, não é
fácil entrar em um avião debaixo de tempestade.
Os
supersticiosos acham que o que está acontecendo é um aviso, que a viagem não
vai dar certo. Mas, quando pensam na mão de obra que é desmarcar uma
viagem, preferem arriscar, no caso, a sua própria vida.
Não
é muito sedutor no meio em que vivemos confessar fraquezas. A época é de
grandes vencedores destemidos, mesmo que não o sejam.
Enfim,
algo de muito importante deve esperar, em terras longínquas, esses passageiros. Pior
para o mau tempo, que logo desaparece com a decolagem.
Só
temo viajar com comandantes com mais de vinte mil horas de
voo, talvez pelo hábito frequente de vivenciar o perigo.
São
esses que estão nas catástrofes da aviação.
Gabriel
Novis Neves
12-10-2013
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