sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Esperado

O anúncio feito pelo Ministério da Educação de que quase 30% dos alunos do ensino fundamental nos últimos dez anos não tiveram acesso ao ensino médio, demonstrou quanto estamos mal nessa área - estratégica para o desenvolvimento do país.
Este fato ocorre em todo o território nacional e, no nosso Estado, o percentual é dos mais alarmantes (27,8% em dez anos).
No restante do país este “fenômeno” também pode ser notado, mas em escala menor (22.8%). Educadores, psicólogos, psicoterapeutas, explicam que os fatores causadores desse terrível e fatal mal social são múltiplos.
O resultado imediato dessa calamidade, despercebida pelo governo, reflete no número de alunos que concluem o ensino fundamental incapazes de realizar as quatro operações fundamentais de matemática (somar, diminuir, multiplicar e dividir).
Muitos não sabem ler, nem sequer assinam corretamente o seu nome. Não conseguem interpretar um simples texto.
Assim nascem os nossos crescentes analfabetos funcionais rumo aos cursos superiores.
Outra preocupação dos nossos educadores, pois esse “fenômeno” não chega a impressionar aos nossos dinâmicos políticos sempre preocupados com o fisiologismo do poder, é a diminuição de alunos matriculados no ensino médio da Grande Cuiabá.
Felizmente o mesmo fenômeno, no momento, não acontece no interior.
Enquanto o Brasil não se convencer que sem educação não há desenvolvimento e criar mecanismos para corrigir essas distorções que estão nos arcaicos currículos escolares, na falta de estrutura física das escolas com espaços pedagógicos, laboratórios, áreas de lazer e, principalmente, valorização humana e profissional dos seus professores, ficaremos no pelotão dos “países em desenvolvimento”.
Emendas parlamentares e verbas indenizatórias não resolvem o problema da nossa educação.
Plagiando o teatrólogo Nelson Rodrigues, esse resultado divulgado pelo Ministério da Educação, “estava escrito e esperado há mais de dois milhões de anos”.

Gabriel Novis Neves
25-09-2013

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