quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mobilidade urbana

É um dos assuntos prediletos nas rodinhas de bate papo em Cuiabá. Uma das primeiras decisões do antigo colegiado da Agecopa foi com relação ao tipo de transporte urbano que seria implantado na cidade, hoje totalmente estrangulado.

Isso é chamado pelo pernóstico nome de mobilidade urbana. É a moda complicando aquilo que todos desejam - circular pelas ruas de Cuiabá

O presidente de plantão da Agecopa anunciou à população a grande decisão: a opção técnica seria pelo BRT.

Os recursos para essa obra teriam que constar do orçamento federal para este ano.

Acontece que 2010 era ano eleitoral, os nossos políticos estavam mais preocupados com as suas eleições, e não perceberam que os ditos recursos ficaram esquecidos, portanto, fora do orçamento 2011.

Houve uma reviravolta na direção da Agência e o presidente interino, que substituiu o titular que pediu as contas, é rebaixado.

O sistema colegiado foi mudado para presidencialista, com novo titular que não pertencia aos quadros iniciais.

Não participou da escolha do BRT, como a melhor opção de mobilidade urbana para Cuiabá.

Em uma viagem de final da semana à cidade do Porto, em Portugal, a decisão técnica foi feito por olhômetro.

Foi colocada no lixo a proposta do BRT e em seu lugar anunciado o VLT.

Ambas as opções não têm projetos, tampouco recursos financeiros para a sua execução.

Lendo uma entrevista do ministro Valmir Campelo, do Tribunal de Contas da União (TCU), e relator das obras da Copa do Mundo, ele deixou bem claro que essa obra - mobilidade urbana é da responsabilidade financeira do Estado e do Município.

A fiscalização dos recursos é competência do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Cabe ao TCU a análise dos procedimentos de contratação das operações de crédito e a verificação das garantias.

O que me preocupa é saber onde, e como, o Estado irá conseguir recursos para bancar esse novo projeto. O município de Cuiabá irá fornecer apenas apoio moral às obras – o município está falido.

Pelo que é divulgado, o governo do Estado faz um grande esforço para renegociar as nossas dívidas, o que o impede de contrair novas.

Mato Grosso não suporta mais sangrar com pagamento de dívidas irresponsáveis, contraídas no passado. Precisamos de recursos para investir em programas sociais que nos levarão ao desenvolvimento.

Outra dúvida: se até dezembro o projeto do VLT estará concluído, de onde virão os recursos para a licitação obedecendo à Lei da Responsabilidade Fiscal?

A presidente, pressionada com pedidos de recursos para as obras da Copa, segundo o Jornal “O Globo” do Rio de Janeiro, só sente-se aliviada e leve, embora por poucas horas, quando vai ao Rio de Janeiro. Já disse que quem não licitar os projetos da Copa até dezembro, será excluído da competição.

Por aqui, viagens intercontinentais são realizadas para saber quem compra a ideia de construir o VLT, e depois ficar com ele.

Notícias sobre o andamento do projeto não são divulgadas.

Caldo de galinha - neste momento de grande turbulência no órgão federal de transportes e que seria o responsável pelos repasses orçamentários inexistentes -, não faria mal a ninguém.

Afinal, alguém pode esclarecer, principalmente à população da ex-Cidade Verde, se pelo menos em dezembro, o trecho Aeroporto-CPA estará licitado? Será o VLT dos portugueses, chineses ou argentinos os patrocinadores da obra?

Estamos resumidos em discutir, até o final do ano, se vingará o escolhido VLT.

É a novidade chamada de melhor transporte coletivo, que está distante de atender a maioria da população da minha cidade.


Gabriel Novis Neves

11-07-2011

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