segunda-feira, 18 de julho de 2011

Lei é lei

Com os últimos escândalos, nos três níveis do Governo, o respingo foi geral, atingindo nossos representantes eleitos com os votos da maioria da população.

Quem “pariu Mateus que o embale”, costumo responder aos queixosos da situação de vergonha a que chegamos.

Os aloprados, assim chamados pela autoridade máxima desta nação, tratados de Excelências estão ganhando em qualidade e quantidade dos terroristas arrombadores de caixas eletrônicos.

Até as aflições provincianas estão aparecendo na grande mídia. É inacreditável o que esses senhores do poder estão fazendo com o Brasil!

Parece que a sede do sindicato dos aloprados, funciona em Brasília. A última que ouvi no jornal da CBN foi o "negócio" que o líder do governo no Senado fez com a Petrobrás.

É difícil alguém escrever sobre esses assuntos em “Estados Currais”, temeroso de represálias.

Ricardo Noblat colocou, em recente artigo, o dedo na ferida da famosa rede responsável pelo custo Brasil, que dificulta e muito o nosso desenvolvimento.

Identificou apenas alguns responsáveis pela execução do projeto. Os possíveis formuladores e beneficiários das últimas lambanças foram protegidos. A revista Veja publicou o varejo.

A grande maioria da nossa população não tem acesso à informação e facilmente é iludida pelos transitórios ocupantes do poder.

Seria um ato de grandeza histórica se os denunciados e os demitidos sumariamente do governo dessem à sociedade uma aula de como funciona a engrenagem do dinheiro do contribuinte, perdido no ralo do esgoto do poder.

Garanto que pegariam, no mínimo, uma penitência que os livrariam do inferno eterno.

Como seria reabilitador para a nossa nação se todos os acusados tivessem uma conversa, tipo olho no olho, e citassem, sem receio, os participantes e os beneficiários da complexa máquina de pagamento das obras com recursos públicos - tudo isso transmitido em rede nacional!

No caso do escândalo no Ministério dos Transportes, apenas um diretor de um colegiado que executava ordens superiores (palavras do acusado), teve coragem de enfrentar o Senado da República e Câmara dos Deputados, para explicar como funcionava a sua diretoria.

Disse que nunca existiu corrupção no órgão e, sim, "escopo técnico" em pagamentos de algumas obras.

Essa afirmação produziu um preço altíssimo aos comandantes do Brasil.

Em qualquer país civilizado, esses cidadãos seriam demitidos a bem do serviço público, punidos e obrigados a trabalhar como qualquer outro ser humano, longe do governo.

Aqui, o perdedor da confiança presidencial, retorna ao seu cargo de origem em outro ministério; ou é remanejado para outro cargo no governo como prêmio de consolação; recebe a solidariedade do Congresso Nacional; lidera uma campanha de volta ao mesmo posto; tira férias e quando é demitido sai no Diário Oficial como sendo a pedido.

Saudosos tempos em que a vaidade masculina era os longos fios de bigode e não a atual tintura dos mesmos.

Lei é lei para todos. Tem que ser cumprida, às vezes até no xilindró.

Gabriel Novis Neves

11-07-2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.