Cientistas políticos,
estatísticos, jornalistas, marqueteiros, entre outros envolvidos na vida
política, estão tendo muito trabalho para interpretar os resultados das
eleições do dia cinco de outubro.
O fenômeno “surpresa”
aconteceu em quase todo o Brasil.
Gostaria de analisar com
vocês os resultados no nosso Estado.
Queria que algum
especialista, não envolvido emocionalmente com siglas partidárias ou contratos
comerciais de marketing, explicasse à nossa gente como, em um universo de
1.686.786 eleitores aptos a votar, o número de abstenções foi de 501.407, votos
brancos e nulos 202.753, totalizando 704.160 eleitores “descrentes”.
A votação da “coligação”,
abstenções, brancos e nulos, ultrapassou, em muito, as votações do segundo,
terceiro e quarto candidatos ao governo do estado.
É bom lembrar que o eleito
teve 833.788 votos.
Para senador, deputados
federais e estaduais, a votação de brancos e nulos foi assustadora, destruindo
muitos castelos construídos na areia.
Esses números deverão ser
trabalhados e interpretados cientificamente, pois o silêncio dos eleitores,
traduzido pela ausência às urnas, significa uma reprovação com o “status quo”
do nosso jeito de fazer política.
Não houve vencedor nestas
eleições aqui em nosso Estado, contrariando o velho jargão que a cidadania foi
a grande ganhadora do pleito.
Houve sim, uma enorme
demonstração de descontentamento da nossa gente.
Nunca esquecer que entre
nós o voto é obrigatório, com severas punições aos faltosos.
Mesmo assim, o recado foi
dado e, “para bom entendedor meia palavra basta”.
Não é mais aceitável a
velha crença que votar é exercer a democracia, a cidadania e outras bobagens
mais.
Hoje, estamos no momento
de demonstrar o nosso protesto.
Que democracia é essa que
temos neste país? Votar no dia das eleições em candidatos que pertencem a
estruturas políticas impossíveis de serem mudadas?
Grupos encastelados nos
poderes da República só legislam em causa própria e na dos financiadores das
caríssimas campanhas eleitorais.
O povo, na sua imensa
sabedoria, manda recados...
Quem tiver juízo,
reformule a velha política ora praticada, ou coisas piores virão.
Teremos segundo turno para
a Presidência da República.
É uma decisão que se
assemelha muito àquela quando um jogo de futebol termina empatado e há
necessidade de um vencedor.
A decisão vai para os
pênaltis.
Creio que muitos que se
fingiram de alheios ao processo eleitoral no primeiro turno, não deixarão de
chutar a bola para que possamos, neste segundo turno, pelo menos, propiciar
esperança ao nosso povo.
Gabriel
Novis Neves
08-10-2014
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