quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Trabalho


Cientistas políticos, estatísticos, jornalistas, marqueteiros, entre outros envolvidos na vida política, estão tendo muito trabalho para interpretar os resultados das eleições do dia cinco de outubro.
O fenômeno “surpresa” aconteceu em quase todo o Brasil.
Gostaria de analisar com vocês os resultados no nosso Estado.
Queria que algum especialista, não envolvido emocionalmente com siglas partidárias ou contratos comerciais de marketing, explicasse à nossa gente como, em um universo de 1.686.786 eleitores aptos a votar, o número de abstenções foi de 501.407, votos brancos e nulos 202.753, totalizando 704.160 eleitores “descrentes”.
A votação da “coligação”, abstenções, brancos e nulos, ultrapassou, em muito, as votações do segundo, terceiro e quarto candidatos ao governo do estado.
É bom lembrar que o eleito teve 833.788 votos.
Para senador, deputados federais e estaduais, a votação de brancos e nulos foi assustadora, destruindo muitos castelos construídos na areia.
Esses números deverão ser trabalhados e interpretados cientificamente, pois o silêncio dos eleitores, traduzido pela ausência às urnas, significa uma reprovação com o “status quo” do nosso jeito de fazer política.
Não houve vencedor nestas eleições aqui em nosso Estado, contrariando o velho jargão que a cidadania foi a grande ganhadora do pleito.
Houve sim, uma enorme demonstração de descontentamento da nossa gente.
Nunca esquecer que entre nós o voto é obrigatório, com severas punições aos faltosos.
Mesmo assim, o recado foi dado e, “para bom entendedor meia palavra basta”.
Não é mais aceitável a velha crença que votar é exercer a democracia, a cidadania e outras bobagens mais.
Hoje, estamos no momento de demonstrar o nosso protesto.
Que democracia é essa que temos neste país? Votar no dia das eleições em candidatos que pertencem a estruturas políticas impossíveis de serem mudadas?
Grupos encastelados nos poderes da República só legislam em causa própria e na dos financiadores das caríssimas campanhas eleitorais.
O povo, na sua imensa sabedoria, manda recados...
Quem tiver juízo, reformule a velha política ora praticada, ou coisas piores virão.
Teremos segundo turno para a Presidência da República.
É uma decisão que se assemelha muito àquela quando um jogo de futebol termina empatado e há necessidade de um vencedor.
A decisão vai para os pênaltis.
Creio que muitos que se fingiram de alheios ao processo eleitoral no primeiro turno, não deixarão de chutar a bola para que possamos, neste segundo turno, pelo menos, propiciar esperança ao nosso povo.

Gabriel Novis Neves
08-10-2014

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