Encostando
na oitava década de uma vida ativa e participativa, fica o lamento em ver que muito mais poderia ter sido feito.
Décadas
e décadas não foram aproveitadas, enquanto outros países que estavam em nosso
patamar, avançaram.
O
mais triste das perdas aconteceu na primeira década do século vinte e um.
Conseguimos
perder na educação, saúde, ciência, inovações tecnológicas e, principalmente,
no Índice de Desenvolvimento Humano – IDH.
Ganhamos
no conservadorismo daqueles que vivem dos favores do poder e avançamos muito na
corrupção e na impunidade.
A
falta de vergonha dos nossos homens públicos tomou conta deste país.
Nosso
orgulho, que era a qualidade do ensino superior da Universidade de São Paulo –
USP, considerada a mais qualificada da América Latina, perdeu seu posto
recentemente para a Pontifícia Universidade Católica do Chile, um país de menos
de vinte milhões de habitantes, porém, detentor de dois Prêmios Nobel de
Literatura onde foram laureados, Gabriela Mistral e Pablo Neruda.
Continuamos
com um número apreciável de Universidades, sendo que apenas trinta por cento
delas são públicas, e dependem de bolsas do Governo para subsídio aos seus
estudantes.
Traduzindo,
o mérito não vale no Ensino Superior desta pátria, e sim a cor, a etnia e a
renda familiar.
Continuamos
insistindo em não alfabetizar as nossas crianças - utilizando a língua pátria e
a língua universal, que é o inglês, o idioma do império que domina o mundo
atual.
Em
tempos modernos é inimaginável um aluno de Universidade não dominar
fluentemente a língua do ‘Tio Sam’.
Nosso
corporativismo na educação é uma das causas do nosso atraso.
Formamos
milhares de mestres e doutores apenas para melhorar os holerites dos mesmos.
São
professores efetivados precocemente, e o Governo não apresenta nenhum interesse
no investimento nessa área.
Pesquisadores
desmotivados e sem função ou conexão com o mundo produtivo representam um ônus
pesado aos cofres da União.
Essa
década perdida poderá ser fatal para transformar nossa Nação, que jamais ganhou
um prêmio Nobel, em país periférico global.
Ficaremos
como local ideal para eventos de massa, como o futebol e o carnaval.
O
pior é que não vislumbramos nenhum candidato nas próximas eleições que tenha o
perfil necessário para transformar e fazer alavancar esta rica pobre Nação.
Não
suportaremos mais outra década perdida!
Gabriel
Novis Neves
02-10-2014
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