quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

PACTO


Teremos um próximo ano mais feliz que 2011, ano que não deixará saudade para a maior parte da população brasileira.
Motivo tenho para me alegrar tanto. Ao apagar das luzes do ano dos escândalos não republicanos em todo o país, em Brasília, o governo de Mato Grosso assumiu compromissos de erradicar a extrema miséria no nosso Estado até o ano da Copa.
É impressionante o número de pessoas que vivem na pobreza ou miséria - reconhece o nosso governador.
Durante os últimos anos não foram realizadas ações sociais nesse sentido. Tivemos um governo quase que exclusivamente estradeiro. E também de novidades, que estão aparecendo agora na imprensa e investigados pela polícia.
O governo anterior está sendo desconstruído pelos fiéis integrantes do período da botina, como ficou conhecido aquele período.
A Operação Cartas Marcadas passará para a história como o nosso Baile da Ilha Fiscal Imperial. Toda a Corte está envolvida no baile, ou Cartas, que marcará a despedida de um período de fertilidade para a nobreza do poder.
No maior Estado produtor de alimentos do mundo, temos cerca de 170 mil pessoas vivendo em condição de extrema pobreza, passando fome de alimentos e de justiça social.
O resultado do último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), afirmou o jornalista Marcos Lemos, são desanimadores em termos de miséria e de pobreza em Mato Grosso.
Com as verbas desviadas, só pela Operação Cartas Marcadas - cujos valores ainda não são definitivos, mas são estarrecedores - segundo dados fornecidos parcialmente pela Polícia Fazendária, não haveria necessidade de se assinar com festas o Pacto de Brasília e entrarmos na lista dos miseráveis.
De acordo com uma informação oficial, no ano de 2011, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome destinou ao nosso Estado R$ 6 milhões. Isso é menos que o custo de dez jipes russos (R$ 14 milhões) para patrulhar as nossas fronteiras.
O documento do Pacto abrange inúmeras ações. Gostaria de comentar apenas sobre três delas, que o governo promete eliminá-las em dois anos: educação, saúde e saneamento básico.
Dá para acreditar em uma promessa dessas?
O governo federal teve uma grande oportunidade de, não se criando impostos, destinasse mais recursos para a saúde pública.
Disse que não tinha dinheiro e prometeu aos Estados e municípios fazer o que há muito é lei e nunca foi respeitada.
A partir do ano que vem irá fiscalizar a correta aplicação das transferências constitucionais de recursos, sem nenhum aumento no necessário financiamento.
Com essa medida, que não irá prestar, impediria a famosa maquiagem que Estados e municípios sempre fizeram com o beneplácito do governo federal.
O sucateamento da nossa educação necessita de investimentos. Consultemos os nossos vizinhos sul- americanos e chegaremos à conclusão que estamos mal em investimentos, trabalhando apenas com estatísticas de fins eleitoreiros.
Não vale a pena falar que, sem decisão política que exige recursos, resolveremos o crônico problema de saneamento público, que é um agravante da nossa moribunda saúde pública.
O Brasil necessita de uma internação em um bom hospital privado aceito pela mídia, pois o governo não prestigia os seus (temos alguns excelentes) e rasgar o tumor da corrupção com o nome de base de apoio ao governo ou grupo de sustentação à governabilidade.
Com certeza os recursos aparecerão, e a miséria seria a grande vencedora dessa luta.
Por enquanto papéis. Como estão as obras do PAC-I e PAC-II.

Gabriel Novis Neves
24-12-2011

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