domingo, 11 de dezembro de 2011

NUNCA ENVELHECE

A histórica piada do sofá do português é uma obra literária imortalizada pelo povo brasileiro. Jamais será esquecida ou envelhecida.

Farei um resumo da piada para as gerações jovens, que ainda não a conhece. Dois amigos portugueses vêm trabalhar no Rio de Janeiro. Um foi ser garçom em um restaurante e o outro montou uma banca de jornal bem em frente ao prédio onde moravam. O jornaleiro percebeu, depois de alguns meses, que outro seu compatriota, o Joaquim, sempre no horário em que o amigo estava trabalhando no restaurante, visitava a sua mulher.

Com o passar dos tempos sentiu-se na obrigação de relatar o caso ao companheiro de viagem. Com o cuidado que a situação exigia, relatou ao gajo do restaurante o que se passava em sua casa quando da sua ausência.

O bom amigo ouviu tudo calado, agradeceu e foi para casa. Os dias continuavam e nenhuma anormalidade naquele lar feliz. Um dia, espontaneamente o garçom avisa ao amigo jornaleiro que tinha resolvido aquela situação desagradável, após conversar muito com a mulher sobre as visitas fora de hora.

Disse ele: “amigo, joguei o sofá da sala no lixo, e estamos vivendo agora na maior harmonia”.

Faz parte da nossa literatura essa historinha, aqui conhecida como a história do sofá - quando alguém é punido só para inglês ver. Traduzindo: providência de mentirinha para efeito externo. A causa do problema continua.

A nota dos alunos do curso de Medicina de uma universidade privada na última avaliação feita pelo MEC (Ministério da Educação) foi simplesmente inaceitável para formar médicos.

Diante do escândalo, que era mantido entre quatro paredes, por decisão da administração superior, o fato foi tornado público em âmbito nacional.

O curso de Medicina teria que ser, no mínimo, fechado por uma boa temporada, até que se refizessem as condições mínimas para o seu funcionamento.

O que fez o português da empresa educacional? Simplesmente jogou no lixo o sofá da sala de professores do curso.

Esses sofás têm nomes, e vejam a qualidade dos mesmos. O diretor geral do curso de Medicina é médico, com título de doutorado em genética humana (o único no Estado). Atualmente é Presidente da Sociedade Brasileira de Genética Médica. O vice-diretor é doutor em cirurgia torácica e professor concursado da UFMT. A pedagoga trabalha há dez anos no curso de Medicina.

Quem foi avaliado foram os alunos, e quem pagou o pato foi a diretoria do curso, que não tem autonomia.

Após a liberação do sofá de qualidade, o curso melhorou consideravelmente.

O ambiente é de paz com a redução do número de vagas de 128 para 48 anuais.

Gabriel Novis Neves

02-12-2011

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