sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Peregrinação

O nosso esforçado governador passou mais uma semana em peregrinação pelos gabinetes de Brasília, sempre escoltado pelos nossos representantes no Congresso Nacional.

Admiro, e muito, a disposição do ocupante do Paiaguás nessas repetidas viagens. Ao sair do seu último compromisso em Brasília, disse à imprensa que em todos os lugares foi muito bem recebido, que as negociações envolvendo liberação de recursos tinham avançado e que tudo daria certo. Citou os recursos para o VLT, estradas, rodovias, puxadinho do aeroporto e para o novo hospital universitário.

Disse para a imprensa que o nosso Estado está cheio de prioridades, e aqui tudo é prioritário. As obras enumeradas, todas são físicas, de grande visibilidade e muito importantes.

Lendo a manchete do jornal, em que sua viagem de sucessos era relatada, vejo uma fotografia do nosso governador com o ainda ministro da educação. Na legenda: Ministro veta criação de universidade federal para Rondonópolis.

Essa era a maior prioridade do governo e dos jovens do sul de Mato Grosso. A derrota educacional ficou camuflada pela edição do Jornal Nacional da Rede Globo.

As notícias que escandalizaram o Estado e o Brasil são consequências da falta de educação, negada pelo ministro. O índice de desmatamento em Mato Grosso aumentou com relação ao ano passado. A mudança do sistema modal de Cuiabá, pegando carona em recursos da Copa do Mundo, foi colocada sob suspeição e, por fim, uma quadrilha de traficantes foi presa na cidade de Porto Esperidião MT.

Por que negar uma universidade federal para Rondonópolis, pólo importante de desenvolvimento do sul do Estado? Mato Grosso do Sul, há muito tempo já possui duas universidades federais. O desenvolvimento do pólo de Rondonópolis foi tão extraordinário nesses últimos vinte anos, que está a exigir uma fábrica de gente para sustentar a sua conquista.

Sem gente, não adianta obras milionárias tipo Estádio de futebol, em um Estado onde não se pratica futebol. Estruturas físicas caríssimas para esportes amadores (!), sem clubes para utilizá-las. Estradas, muitas vezes, com alterações incompreensíveis em seus traçados técnicos.

O silêncio é sepulcral quando o assunto é política social visando à melhoria da qualidade de vida. O governo oferece jóias falsificadas, pensando que o povo não sabe distinguir o que é bom do falsificado.

Lembro aos leitores a algazarra feita com o lançamento de uma Van, com o pomposo título de Consultório de Rua. A finalidade seria assistência médica e social aos moradores de rua, na sua maioria, menores e usuários de drogas.

Essa van encontrará gente em estágio de risco com relação à sua saúde e de terceiros. Esse paciente terá que ser recolhido. Pergunto: para onde?

Enquanto as peregrinações à Brasília não obtiverem avanços sociais, continuaremos a ver a banda passar.

Gabriel Novis Neves

25-11-2011

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