O
programa de maior audiência na televisão mato-grossense atualmente é um
noticiário noturno, que tem como âncora um cuiabaníssimo comandante. Refiro-me
ao programa “Resumo do Dia”, com Roberto França.
O
seu sucesso deve-se, entre outros fatores, à simplicidade e autenticidade como
ele é apresentado. Valoriza, e muito, o nosso jeito peculiar de comunicação
oral – o linguajar cuiabano.
O
cuiabano fala com a voz e com o corpo, e o Roberto França faz exatamente isso
na televisão.
A
vinheta para as “notícias que serão manchetes amanhã” é um exemplo: “Girando,
girando, girando”, fala o apresentador - acompanhado com o girar do dedo
indicador, com o braço em extensão.
Conheço
gente que espera o girando, girando para dormir, mesmo tendo que acordar
madrugada para a missa de São Benedito.
Justificam
dizendo que dormir informado compensa, pois não dá pesadelo.
Nesse
girando, girando, do Resumo do Dia, há coisas que passam despercebidas para
grande parte da nossa população.
Até
há pouco tempo, sem o menor esforço, sabíamos os nomes dos ministros do Brasil,
tarefa hoje impossível, a não ser com o auxílio de uma boa agenda eletrônica.
Quando
FHC deixou o poder em 2002, o número de ministros estava inchado. Eram 24 as Excelências
do primeiro escalão do governo, como fazem questão de serem chamados.
Em
9 anos de um governo popular, esse número elevou-se para 38! Houve um aumento
de 58% de ministros no Brasil, em uma verdadeira inflação de inutilidades.
Existem
ministérios que foram criados apenas como prêmio de consolação para alojar os
amigos derrotados nas urnas.
Citarei
uma pequena amostra desses ministérios que representam verdadeiras sangrias no
dinheiro do pagador de impostos.
Esses
especiais ministérios da inutilidade pública possuem uma estrutura fenomenal de
DAS (os famosos funcionários sem concurso chamados de comissionados) para
sustentá-los, com todas as vantagens imagináveis que o cargo os oferece, sendo
o cartão corporativo a grande estrela dessa constelação de privilégios.
Outros
benefícios são publicados semanalmente na revista Veja, para satisfação da
indústria farmacêutica de tranquilizantes.
Vamos
aos nomes destes curiosos ministérios: Ministério da Pesca; do Desenvolvimento
Agrário; dos Direitos Humanos; da Igualdade Racial; das Políticas para a
Mulher; dos Portos e outros que agora me foge à lembrança.
Todos
sabem também da abertura de embaixadas brasileiras em lugares que nem a NASA
sabe onde fica, e o dinheiro que isso representa para o Tesouro Nacional.
A
meta da presidente é exterminar, no seu governo, a miséria e a fome. Belo e
humano projeto de governo, mas, que precisará de dinheiro.
Com
a redução desses 38 ministérios com as suas “decorações de fantasmas,” teríamos
recursos financeiros suficientes para sustentar o projeto de erradicação da
miséria no Brasil.
O
melhor é que se cortar pela metade esses monstrengos da Esplanada dos
Ministérios, ninguém sentirá falta deles.
Presidente!
Não
fique com receio de perder a fisiológica base de sustentação do governo no
Congresso. Faça a opção pelos miseráveis. Mande para o lixão os ameaçadores
fisiológicos da tal base da governabilidade.
A
base da governabilidade será atender os pobres, e não, a ponta viciada da
pirâmide que caiu feito dominó no primeiro ano do governo de Vossa Excelência.
O
pior é que os motivos da demissão espontânea desses auxiliares, não foram dos
mais nobres.
Girando,
girando... Senhora Presidente!
Diminuição
desse Estado gigante herdado, nem se for cirúrgico.
É
o presente que esperamos de final de ano.
Poderia
ser a notícia do girando, que seria manchete no dia seguinte.
Gabriel
Novis Neves
22-12-2011
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