segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Estrela cadente


Ao assumir o ministério da Fazenda, Joaquim Levy surgiu como o novo mandarim da nossa economia.
Tinha como tarefa principal fazer o Produto Interno Bruto (PIB) crescer já no segundo semestre. Para alcançar esse objetivo faria um ajuste fiscal.
A otimista Presidente garantia que isso seria uma coisa passageira. O ministro, por sua vez, prometia metas realistas, essenciais para a atração de investimentos internos e externos.
Passado alguns meses, o homem que veio para consertar as nossas contas, começou a enfrentar um processo de desidratação na credibilidade das suas propostas terapêuticas.
Contrariado nos seus planos, resolve flexibilizar o ajuste fiscal no seu modelo original, mandando às favas o que há pouco havia prometido sobre como recuperar o superávit primário e a credibilidade junto aos homens de dinheiro.
Começa então a cair a estrela do competente Ministro da Fazenda.
A equipe econômica passa a ter comando duplo com a ascensão do Ministro do Planejamento.
O ex-todo poderoso ministro Levy já não participa de todas as reuniões com os seus colegas ministros sobre o moribundo ajuste fiscal.
Analistas diagnosticam o enfraquecimento de Levy pelo fato de ter concretizado seu ajuste em laboratório, ignorando a realidade concreta.
Também subestimou o tamanho da crise econômica e a sua deterioração com a crise política.
Sabemos ser impossível solucionar a crise econômica sem resolver a política.
O técnico Ministro da Fazenda não avaliou corretamente as dificuldades para aprovar as suas propostas no Congresso.
Quando não deveria, ficou surpreso ao constatar a queda vertical da arrecadação.
O pior é que hoje a Presidente ouve mais o seu Ministro do Planejamento que o da Fazenda, de perfil iminentemente técnico.
Levy depende de uma série de “se” para manter-se no cargo, o que é pouco provável.
Como resultado, a recessão se alongará por mais tempo, provocando mais perda da receita da União.
O desemprego e a inflação seguirão em alta e os juros em patamar estratosférico.
Mais do que o Ministro da Fazenda, emagrece o país!

Gabriel Novis Neves
30-08-2015

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