segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Ajuste fiscal


Diante da séria crise financeira que corrói o nosso país, o governo resolveu chamar um banqueiro internacional altamente conceituado no mundo do dinheiro para consertar a nossa situação.
Foi então proposto ao governo - que aceitou - um severo ajuste fiscal nas suas contas, cujos resultados satisfatórios surgiriam em médio prazo, evitando a nossa caída para o grupo dos países de investimento de risco.
Para tanto teria de contar com o apoio integral do nosso Legislativo e Judiciário e da compreensão e paciência da nossa gente.
Neste tabuleiro, o Executivo teria de demonstrar com fatos concretos a sua intenção, o que, infelizmente, até agora não aconteceu.
Enquanto mantiver uma máquina administrativa com trinta e nove diferentes Ministérios e cerca de vinte e dois mil cargos comissionados, alguém acredita que essas medidas de austeridade embutidas no ajuste serão para valer?
Se receitas adicionais é cortar investimentos, fazer contingenciamentos de orçamento e deixar de repassar recursos constitucionais aos estados e municípios, com certeza, estamos na contramão da recuperação da nossa economia.
Espera-se, isso sim, que o governo, junto ao Congresso, elimine o engessamento das despesas obrigatórias, corte as infames mordomias de alguns segmentos de barnabés e extermine de uma vez por todas o “custo Brasil”, que é a forma elegante de chamar a corrupção - que tem metástases em todo o território nacional.
Viagens internacionais imperiais sem objetivos, apenas para efeito interno de notoriedade, imensas comitivas com seus integrantes utilizando-se dos incríveis cartões corporativos e hospedando-se em hotéis luxuosos, não traduzem austeridade administrativa.
Por enquanto, apenas as faixas de população C, D e E estão sofrendo os horrores de um ajuste fiscal desequilibrado.

Gabriel Novis Neves
31-07-2015

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