Na
época dos Festivais da Música Popular Brasileira, transmitidos pela incipiente
televisão brasileira, houve uma canção que marcou uma época: Alegria, Alegria,
com o famoso refrão “sem lenço, sem documento”.
A
pressão das ruas para que se resolva imediatamente o grave problema da nossa
Saúde Pública, obrigou o governo a tomar medidas emergenciais que só surtirão
efeitos - se houver sucesso – lá pelo ano 2022, segundo os especialistas nesta
área.
Existe
um abismo de nove anos nos separando deste sonho.
Neste período milhares de inocentes continuarão morrendo por total
incompetência do governo, que só se preocupa com a perpetuação no poder.
A
medida do governo federal em esticar o Curso de Medicina de seis para oito anos
foi a solução encontrada para amansar a carneirada.
Nem
irei analisar o aspecto jurídico da tal decisão. Qualquer calouro do Curso de
Direito sabe ser inconstitucional essa proposta.
Sob
o ponto de vista prático, a iniciativa é de uma alienação total. Obrigar um
recém-graduado a trabalhar em municípios sem as mínimas condições de
atendimento primário em saúde é um crime hediondo.
Além
do mais, esses jovens médicos não terão apoio de uma necessária estrutura
acadêmica.
O
objetivo do governo é colocar, em mais de mil municípios brasileiros, um médico
recém-graduado com licença especial dos Conselhos Regionais de Medicina para,
durante dois anos, prestarem serviço social obrigatório.
O
governo irá ter uma mão de obra barata e desqualificada para os pobres.
Essas
medidas não foram tomadas por gente honesta, mas por poucos habitantes do
Palácio do Alvorada, e de uma maneira autoritária, sem ao menos ouvir aqueles
que conhecem o sofrimento dos pacientes.
São
burocratas burros, loucos pela perpetuação desse grupo que tanto mal fez,
e faz, ao Brasil no poder.
E
pensar que há dez anos está parado no Congresso Nacional um projeto de lei que
resolveria, em curto prazo, a fixação do médico no interior. Mais um apertão
das ruas e seria aprovado, a toque de caixa, a criação da carreira de estado de
médico de Atenção Básica de Saúde.
Concurso
imediato, e por classificação, os aprovados iriam povoar nossos desérticos e
desumanos municípios, pressionando governadores e prefeitos a lhes oferecerem
condições mínimas de trabalho.
Essas
espatafúrdias e infundadas providências tomadas pelo governo das passeatas e
das vaias transmitem ao povo brasileiro a ideia de um governo “sem lenço, sem
documento”.
Pobre
povo brasileiro!
Gabriel
Novis Neves
11-07-2013
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