segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Futuro, não!

É importante observar que diante de problemas emergenciais, como o repasse de recursos para a área da saúde pública, a solução do governo vem sempre com o verbo no futuro, e nunca, no presente.
Dos 141 municípios mato-grossenses, segundo informações oficiais - que não representam, em absoluto, a verdade - apenas 63 “estarão” com os seus repasses totalmente regularizados na “próxima semana”.
Promete o governo que, “até o final de outubro”, todos os 141 municípios “estarão” com as transferências quitadas.
O calote do governo nos repasses constitucionais obrigatórios para a saúde e educação faz parte da nossa cultura administrativa.
Todos os nossos governantes são useiros e vezeiros na utilização dessa prática perversa contra os nossos doentes e crianças.
Uma coisa é certa. Esses recursos existentes por força de lei federal, não repassados, foram desviados para outros programas de maior prioridade social ou atividades mais nobres.
Em um Estado que se meteu a sediar uma sede da Copa do Mundo, contando com os ovos dourados de Brasília, que não vieram, é fácil supor o destino dos mesmos. 
Enquanto isso, empreiteiros sem caixa recebem recursos, até adiantados, para executar as atrasadas obras do elefante branco.
A maior prova que para o poder público existem dois pesos e duas medidas, foi a recente confissão da Secretaria de Saúde do Estado dizendo que não tinha controle sobre os gastos dos empresários das Organizações Sociais de Saúde (OSS).
Estas recebem generosos repasses públicos e são responsáveis pela administração diferenciada dos hospitais estaduais, que só atendem a baixa complexidade.
A Farmácia de Alto Custo, com os seus medicamentos pagos e vencidos sendo encaminhados para a incineração, também pertence ao sistema empresarial OSS.
A passividade dos nossos políticos preocupa a nossa gente.
A justificativa é que o governo sempre trabalhou assim, e não serão protestos de rua que o fará mudar.
Vamos, pelo menos, ensinar o governo a conjugar os verbos no “presente”.
O governo “tem” que honrar os seus compromissos, e não, saldá-los no “futuro”.

Gabriel Novis Neves
17-08-2013

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