É
importante observar que diante de problemas emergenciais, como o repasse de
recursos para a área da saúde pública, a solução do governo vem sempre com o
verbo no futuro, e nunca, no presente.
Dos
141 municípios mato-grossenses, segundo informações oficiais - que não representam,
em absoluto, a verdade - apenas 63 “estarão” com os seus repasses totalmente
regularizados na “próxima semana”.
Promete
o governo que, “até o final de outubro”, todos os 141 municípios “estarão” com
as transferências quitadas.
O
calote do governo nos repasses constitucionais obrigatórios para a saúde e
educação faz parte da nossa cultura administrativa.
Todos
os nossos governantes são useiros e vezeiros na utilização dessa prática
perversa contra os nossos doentes e crianças.
Uma
coisa é certa. Esses recursos existentes por força de lei federal, não
repassados, foram desviados para outros programas de maior prioridade social ou
atividades mais nobres.
Em
um Estado que se meteu a sediar uma sede da Copa do Mundo, contando com os ovos
dourados de Brasília, que não vieram, é fácil supor o destino dos mesmos.
Enquanto
isso, empreiteiros sem caixa recebem recursos, até adiantados, para executar as
atrasadas obras do elefante branco.
A
maior prova que para o poder público existem dois pesos e duas medidas, foi a
recente confissão da Secretaria de Saúde do Estado dizendo que não tinha
controle sobre os gastos dos empresários das Organizações Sociais de Saúde
(OSS).
Estas
recebem generosos repasses públicos e são responsáveis pela administração
diferenciada dos hospitais estaduais, que só atendem a baixa complexidade.
A
Farmácia de Alto Custo, com os seus medicamentos pagos e vencidos sendo
encaminhados para a incineração, também pertence ao sistema empresarial OSS.
A
passividade dos nossos políticos preocupa a nossa gente.
A
justificativa é que o governo sempre trabalhou assim, e não serão protestos de
rua que o fará mudar.
Vamos,
pelo menos, ensinar o governo a conjugar os verbos no “presente”.
O
governo “tem” que honrar os seus compromissos, e não, saldá-los no “futuro”.
Gabriel
Novis Neves
17-08-2013
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