Deveria
existir uma carreira de estadista para quem quisesse se alvoroçar em se tornar
um Chefe de Estado.
No
Brasil isso não tem sido muito levado em conta. Nos últimos vinte anos apenas o
sociólogo Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República, apresentava
qualidades para o exercício dessa função.
Gostando
ou não de suas ideias neoliberais, havia uma espécie de orgulho nacional quando
ele ocupava tribunas no mundo todo falando fluentemente em quatro idiomas.
A
necessidade de dominar a língua em que o idioma está sendo falado é fundamental
para a veracidade do que se diz.
Nem
tradutores, muito menos as máquinas de tradução simultânea, conseguem
transmitir a emoção do palestrante.
Vivenciamos
isso com a vinda do Papa Francisco. Seus melhores discursos foram feitos na sua
língua materna, de improviso.
Foi
quando pôde mostrar todo o brilho e rapidez de seu raciocínio, tanto no
discurso para a comunidade argentina feito na Catedral do Rio de Janeiro, como
no proferido ao final de sua estada no Sumaré para os bispos.
Ficou
evidenciado para todos a sua grande inteligência, cultura e facilidade de
comunicação.
Se
o Papa tivesse feito os discursos que fez num português fluente, teria sido
mais convincente, uma vez que os proferidos em espanhol foram disparados muito
melhores.
Quem
sabe aí fique uma sugestão para que os próximos candidatos a cargos públicos
exponenciais se dediquem a cursos especiais, talvez até os exigidos para
ingressar na carreira diplomática, a fim de que possam nos representar plena e
convincentemente em vários idiomas.
Precisamos,
urgentemente, pelo menos voltar a admirar a nossa classe política do ponto de
vista cultural, mesmo discordando de algumas de suas práticas.
Será
tão difícil voltarmos a ter políticos éticos, cultos e inteligentes e que tanto
nos encantavam com a sua retórica?
Pena
que o “esperanto”, ideal de uma língua universal, teve os seus dias contados.
Interessante
observar que os últimos estudos em neurociência comprovam que pessoas que falam
vários idiomas possuem um cérebro mais elaborado, estando, inclusive, mais
protegidos das doenças cerebrais degenerativas.
Escolas
americanas já estão colocando em seus currículos o aprendizado de mais um ou
dois idiomas, coisa até então inimaginável, já que o inglês é considerado uma
língua universal.
Claro
que não nos esquecemos da China, que está na corrida pela hegemonia da economia
mundial, daí a grande procura por aulas de mandarim.
Gabriel
Novis Neves
03-08-2013
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