Com
uma população de quase duzentos milhões de habitantes, 80% dependem do plano de
saúde do governo – SUS – Sistema Único de Saúde.
O
SUS possui 3.9% menos postos de trabalho médico do que a rede privada.
Assim
sendo, é fácil compreender como funciona a rede pública no Brasil com o maior
plano de saúde do mundo.
Certa
ocasião, alguém que sempre quis manter distância dos serviços prestados pelo
SUS, afirmou que o sistema público de saúde no Brasil estava próximo da
perfeição.
A
saúde pública está um caos, e o governo sabe muito bem o motivo dessa
verdadeira tragédia: falta de financiamento público.
Estamos
nos preparando para um evento internacional. Durante trinta dias alguns jogos
serão realizados na nossa pátria.
O
Tesouro Nacional, os bancos oficiais, e até leis foram alteradas para o sucesso
da competição. Depois, grande parte desse investimento será transformada em
sucata.
Dizem
que alguns estádios de futebol construídos e reformados por exigência da FIFA
terão o mesmo destino de alguns da África do Sul. O governo achou que ficaria
mais em conta as suas implosões que a sua caríssima manutenção.
Voltando
à falta de investimento na saúde pública. A cada dia a situação piora no nosso
Estado por inadimplência do governo em honrar os seus compromissos.
A
redução de número de leitos no interior é assustador, sem nenhuma providência
do governo, que não tem dinheiro para a saúde.
Consta
que o Estado campeão nacional em pedir dinheiro emprestado ao BNDES é o nosso.
Coisa parecida a 12 bilhões de reais, segundo a revista Veja.
Com
certeza, essa grana não será para a saúde, e sim, para estádio de futebol,
rodovias, asfalto e, é bem possível, para as obras da Copa, que está pegando
dinheiro do Fethab.
Sem
o mínimo de estrutura física, o interior fica sem médicos e as capitais
brasileiras acusam esse desnível no atendimento.
Cuiabá
talvez seja a capital brasileira que mais se ressente desse desequilíbrio
público-privado no atendimento médico. Isso é explicável pela presença frágil
do Estado no interior.
Com
este quadro, a população médica brasileira busca cada vez mais atuar no setor
privado, ao invés do serviço público.
Cresce
o número de médicos no Brasil e os serviços privados. A distribuição de médicos
no Brasil é injusta, gerando mais dificuldades, e o governo não está nem aí.
O
Brasil tentou universalizar o seu sistema de saúde (SUS), copiando modelos
existentes na Inglaterra, França, Alemanha, Espanha, Portugal e Canadá.
Acontece
que esses países, como a Inglaterra, investem 83.6%, e o menor investimento é o
do Canadá, com 68.7% dos seus recursos.
No
Brasil o total de gastos públicos com a saúde, atinge apenas 45.7% do total
destinado a ela, situação agravada pelo subfinanciamento crônico e pela derrota
no Congresso Nacional da PEC 29, que destinava mais recursos para a saúde.
Fonte: CFM
Gabriel Novis Neves
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