Muitos
jornalistas dos grandes centros reclamam que janeiro é um mês onde se trabalha
contra um grande inimigo - a falta de notícias.
Se
Mato Grosso possuísse um bom serviço de comunicação oficial, essa inimiga
soaria como excepcionalidade para o experiente jornalista.
Por
aqui, se existe uma coisa que não falta são notícias - as mais extravagantes,
em todos os setores de atividades.
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O governo está sem projeto e dinheiro para tocar a principal obra que ficará
como legado da Copa do Mundo em Cuiabá, que será sem dúvida o projeto da
mobilidade urbana chamado de VLT.
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O governo do Estado, nesses primeiros dias de janeiro, anuncia que tentará em
Brasília, a liberação dos recursos que estavam destinados ao BRT, vetados pela
atual administração estadual. A justificativa é que o antigo projeto, aprovado
pelo governo federal, estadual e FIFA, é obsoleto, ultrapassado, não mais
utilizado no mundo moderno.
A
luta para passar esses recursos para o VLT moderno necessita do projeto
aprovado pelos organismos federais competentes e, até agora, não possuímos
esses documentos. Além do mais, o recurso que o governo federal colocou em seu
orçamento, corresponde a menos da metade do previsto para a conclusão das
obras.
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Outra batalha surge: a liberação pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) de uma quantia semelhante a algo em torno de setecentos
milhões de reais.
Quem
trabalha com o governo sabe a velocidade dessas solicitações e o prazo
inadiável da competição em que serão necessárias.
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No início do ano, os governos realizam um corte em seus orçamentos aprovados
pelas Câmaras Legislativas - por motivos de segurança para monitorarem se a
arrecadação está compatível com os gastos.
Preocupante,
especialmente para as cidades sede da Copa, é que as agências destinadas a nos
emprestar recursos estão pegando dinheiro no mercado em valores insuficientes
às nossas necessidades.
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A história da privatização da Sanemat, transformou-se em assunto jurídico. Tema
excelente para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) dos alunos de Direito.
A
agenda é tão extensa e repleta de conflitos de interesses pessoais, que a ajuda
do Nelson Rodrigues torna-se indispensável.
“Não
se faz política com bons sentimentos,” dizia o autor da “Vida como ela é.”
Continua
o Anjo Pornográfico, - “Muitas vezes é a falta de caráter que decide em
política, e também em outras atividades.”
Para
abrir os cofres do Tesouro, o nosso maior dramaturgo nos ensina que devemos nos
despir de qualquer resíduo de pudor.
Como
se viu, temos notícias robustas, não só para as férias, mas para o ano todo.
Chorar
por falta de notícias por aqui, é chorar de barriga cheia.
Gabriel
Novis Neves
12-01-2012
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