As
chuvas de verão com as suas catástrofes, longe de ser uma surpresa
desagradável, há muito fazem parte do nosso calendário.
Com
o crescimento das grandes cidades brasileiras, os trabalhadores procuraram
habitar os morros, criando verdadeiras cidades em locais próximos ao seu
serviço.
Certa
ocasião, no Rio de Janeiro, um governo resolveu “limpar” os morros e transferiu
os seus moradores para casas populares na zona rural.
A
ideia era maravilhosa, mas na prática, esse pessoal ficava muito distante dos
seus postos de trabalho.
Meses
após, as casas estavam totalmente destruídas e, novamente, os morros ocupados.
É isso que acontece quando o governo toma decisões que implicam diretamente na
vida da sua gente sem consultá-la.
A
natureza, protetora das encostas, foi substituída por barracos construídos sem
investimentos do governo em uma ocupação criminosa e irracional. Resultado:
cada início de verão, centenas de vítimas são atingidas pela ausência do poder
público.
O
resto do enredo nós conhecemos, pois o cenário é o mesmo, mudando somente os
personagens.
Visita
das autoridades maiores nos locais mais atingidos pelas inundações e promessas,
promessas e mais promessas.
Alguns
recursos são enviados pelo governo federal, e a rede de solidariedade humana
surge em todo o país para ajudar nossos irmãos desabrigados, vítimas da
insensibilidade dos nossos governantes.
Este
ano aconteceu um fato novo: choveu dinheiro em Pernambuco, segundo informações
dos jornais. É isso mesmo!
Enquanto
o Estado de Minas Gerais era destruído, o Rio de Janeiro muito atingido e São
Paulo demonstrando sinais de fragilidade, o governo federal liberou para o
Estado onde a presidente obteve uma das suas maiores vitórias nas últimas
eleições, 90% do orçamento destinado às catástrofes por inundações.
A
gerentona, como é conhecida a presidente, no seu estilo de governar,
controlando tudo, soube da notícia pelos jornais.
Desesperada
liga para o governador de Minas, que não é do seu partido, hipotecando
solidariedade e apoio de recursos federais.
Mandou
a Chefe da Casa Civil interromper as suas férias e retornar a Brasília para
comandar o caos das esperadas inundações.
Esta
chama o ministro das chuvas, que estava de férias, para reassumir as suas
funções e explicar a notícia dos jornais.
Por
uma dessas incríveis coincidências, o ministro que fez chover dinheiro na praia
das Galinhas, faz política nesse Estado.
Claro
que as explicações apenas contemplaram o ritual de alguém que irá pedir
demissão por motivos pessoais.
Este
chuvisco de início de temporada provou para os crédulos que no Brasil não
existe planejamento, prioridade e, o mais grave, controle dos gastos do
dinheiro do Tesouro Nacional.
A
presidente, acertadamente, encerrou antes do tempo previsto o seu período de
férias para controlar o barco desgovernado.
Presidente:
“Quem quer faz, quem não quer manda.”
Recoloque
o dinheiro que choveu em Pernambuco no orçamento do ministério das chuvas. A
temporada está iniciando e outras regiões precisarão de ajuda do governo
federal.
Tire
daqueles 20% aprovados na última sessão legislativa, onde a senhora pode gastar
como quiser, de tudo que arrecadar.
Falo
sobre a Desvinculação de Receitas da União (DRU).
Chuva
de dinheiro só tinha visto em programa de televisão...
Gabriel
Novis Neves
05-01-2012
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