Como
diz um amigo, há mais de quatrocentas luas, volta e meia, caio no mesmo
assunto: a fixação do médico no interior e o lamentável descaso com a nossa
saúde pública.
É
um problema nacional, e o governo não demonstra a menor preocupação em resolver
essa miserável situação.
Por
falta de políticas públicas e vontade política, o interior do nosso econômico
rico Estado, está sem médicos para atender, exatamente, a população produtora
das nossas riquezas.
Estatísticas
recentes nos colocam em classificação abaixo da recomendável pela Organização
Mundial de Saúde na relação médico/paciente.
Mesmo
em Cuiabá há falta de médicos. Em algumas especialidades a situação é
seríssima. Uma variedade de fatores contribui para essa vergonha nacional, em
um país “democrático-socialista-capitalista.”
Governado
pela esquerda mais direita do mundo, privilegia o capital e os banqueiros. Esse
modelo tropical de governo não prioriza a qualidade de vida do trabalhador, e
sim, a das “zelites.”
Recente
divulgação da preferência dos candidatos para a Residência Médica, que hoje é
uma obrigação necessária ao graduado de Medicina, assustou o Brasil. As
especialidades mais procuradas pelos médicos recém formados foram aquelas de
retorno financeiro mais digno do sacrifício e investimento do aluno para se
tornar médico.
Em
primeiríssimo lugar está a Dermatologia Estética, seguido de Oftalmologia e
Neurocirurgia. As especialidades das áreas básicas, da qual muito necessitamos,
quase não pontuam mais. São: Pediatria, Clínica Geral, Cirurgia Geral e
Ginecologia e Obstetrícia.
Estes
profissionais, que constituem a base da grande pirâmide da assistência médica,
estão em extinção. Não encontram, da parte do Estado brasileiro, condições para
trabalhar e nem salários compatíveis com as suas formações.
E
o interior do Estado continua inaugurando aparelhos médicos sem médicos para
operá-los. O governo, insensível ao sofrimento da sua gente, inventa moda,
quando a moda seria fixar, oferecer condições para os médicos ficarem no
interior e valorizá-los profissionalmente.
Tão
simples e tão difícil! A simplicidade não faz parte do calendário político,
mesmo quando está em jogo a saúde do seu povo.
O
IBOPE está na direção das UPAS (Unidades de Pronto Atendimento à Saúde) - dizem
que são feitas de latão. O consultório de Rua, sem médico. E o
“fortalecimento”, sem terminalidade do atendimento médico, é igual a zero para
os pacientes dos PSF (Programas Saúde da Família).
É
triste voltar sempre ao assunto saúde pública, mesmo agora em que o governo
Estadual se encantou com a produtividade e o nível de atendimento das
Organizações Sociais.
Medicamentos
continuam faltando para aqueles pacientes que, sem eles, morrem. A seleção de
atendimento hospitalar continua privilegiando os de baixa complexidade. Única
diferença é que os repasses mensais aumentaram, e as tabelas do SUS não são
respeitadas para as OSS.
Continuo
na minha luta ao lado da verdade sobre o que acontece com o usuário do serviço
público médico e também de alguns planos de saúde, como é o caso do MTSaúde, no
qual mais de cinquenta mil usuários não sabem o que fazer para conseguir um
atendimento médico.
Acredito
na história que minha mãe me contou: água mole em pedra dura, tanto bate até
que fura. Embora eu ache difícil, pois o senhor governador aumentou o valor das
emendas dos deputados estaduais de Mato Grosso, desde que todos designassem
esse valor para asfaltar cidades.
Em
Brasília, o governador acertou com a bancada federal para que todas as suas
emendas parlamentares tivessem um só destino: pavimentação de rodovias.
Saúde
fica com as OSS. Haja água mole, para minorar o sofrimento dos nossos doentes.
Gabriel
Novis Neves
01-12-2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.