O
Ministério da Educação (MEC) disponibilizou os dados do Censo Escolar de 2011.
Peguei carona nos dados de Lisânia Ghisi.
A
situação do ensino em Mato Grosso é preocupante e deveria ser tratada como
prioridade.
Temos
772.994 pessoas matriculadas nas instituições estaduais e municipais. No ensino
fundamental (1º ao 9º ano), são 433 mil estudantes (56%). Já no ensino médio
contabilizamos 137 mil estudantes, ou seja, 31% a menos que o total de alunos
do ensino fundamental. Uma perda considerável de 25% de alunos.
Gilmar
Soares, presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato
Grosso (Sintep), justifica o reduzido número de alunos matriculados no ensino
médio, por falta de estrutura a um ensino motivador com um currículo compatível
aos tempos atuais.
Outro
fator que está fazendo o aluno a abandonar o ensino médio foi a decisão do MEC
em reduzir a carga horária do EJA (Educação de Jovens e Adultos).
O
ensino médio, como é atualmente oferecido ao aluno, é o caminho certo ao
abandono, chegando a um percentual tão alto.
Sem
motivação é impossível aprender e até viver com saúde. Esses alunos procuram o
mercado de trabalho e sentem que, sem conhecimento, são rejeitados e não
conseguem permanecer no serviço.
Muitos
procuram o trabalho informal para sobreviver. Outros optam pelo caminho mais
fácil para chegar à universidade e conseguir um diploma de analfabeto
funcional.
A
ilusão do diploma para ascensão social ainda permanece em certas tribos,
levando, posteriormente, muitos jovens à frustração irrecuperável.
Vivemos
o século das inovações tecnológicas e do conhecimento. A era do valor do
diploma há muito se encerrou - não prestando nem para a decoração da sala de
visita, pelo conceito da universidade que forneceu aquele papel feito quadro de
enfeite.
Concordo
com o presidente do Sintep: a nossa educação vai mal. Professores mal
remunerados, trabalhando em ambientes pedagogicamente condenados, escolas
construídas sem a participação dos professores e dos alunos e, a maior
necessidade para uma educação pública de qualidade, a presença do aluno na
escola em tempo integral. Do café da manhã ao banho da tarde.
Algum
programa especial tem que ser criado pelo governo federal para salvar a nossa
educação. Estatísticas e gráficos mostrando perfumarias, como o aumento do
número de mestres e doutores, não é sinal de educação de qualidade, segundo
avaliação de um ex-presidente da República.
Ou
levamos a sério a educação básica, ou seremos eternamente colônia dos países
que investiram, e investem, em educação.
Gabriel
Novis Neves
27-12-2011
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