Assistia
aos escândalos brasileiros pelo Jornal Nacional, quando, em uma rápida cena,
aparece o Procurador Geral da República sentado em sua cadeira de trabalho.
O
assunto da matéria era a corrupção no Judiciário. Mas, depois que vi a dita
cadeira, esqueci-me do assunto do momento e fiquei pensando no meu pobre país.
Não
consigo entender por que tanta ostentação simbolizada naquele móvel. Tenho
certeza que o preço daquela única peça de escritório tem um custo superior às
casas da Caixa Econômica destinadas ao trabalhador brasileiro.
Ostentação
não rima com democracia, e sim, com poder ditatorial. Quanto maior a ostentação
dos mandatários do poder, maior a pobreza e sofrimento do seu povo.
Os
melhores exemplos vêm dos eternos ditadores - que são possuidores de fortunas
inimagináveis para a compreensão de um ser humano normal.
Setembro
serviu para libertar muitos povos, que há décadas, passavam por humilhações,
fome e dor. O Oriente Médio e o Norte da África ficaram mais leves após o
setembro, e a esperança foi recuperada.
A
demonstração explícita da ostentação no Brasil, onde a meta da presidente é
erradicar a miséria e a fome é, no mínimo, desacreditar e descredibilizar este
projeto.
Aqui
na periferia, espantados, ouvimos de uma ministra do Supremo Tribunal Federal,
a declaração de que existem bandidos de toga.
Sabemos
que em todos os segmentos sociais existem elementos bons - em sua maioria,
entretanto, aparece os não bons. O que fica como conceito do grupo que
pertencem, é a avaliação dos maus, sempre em minoria.
O
poder de contaminação da minoria é avassalador, prejudicando todo o grupo.
Sempre foi assim e assim sempre será.
Alguém
com as vestes da ostentação abriria os abscessos sociais ou se associariam ao
grupo por uma série de circunstâncias.
O
brasileiro está no seu limite máximo de tolerância, graças ao trabalho de
investigação e de divulgação da imprensa. Saber que um magistrado que
trabalhava em São Paulo foi nomeado para a mais alta Corte de Justiça do país
(STF) e recebeu de atrasados da sua mudança, quase meio milhão de reais,
segundo notícias da imprensa, é ofensa grave, porém legal!
É
a velha história - nem tudo que é legal é ético e o Brasil precisa de ética.
Até
quando minha gente continuaremos a viver nessa duplicidade de palavras e ações?
Os
indicadores políticos do momento não sugerem transformações de comportamentos.
Nosso regime político sempre foi capitalista, embora muitas vezes rejeitado
demagogicamente.
No
capitalismo só existe um valor, que é o dinheiro, seja qual for a sua origem.
Ostentação
é arrogância, demonstração extravagante de riqueza, e não rima com a
simplicidade e tolerância do brasileiro que a tudo assiste em silêncio.
Até
quando? Não sei.
Gabriel Novis Neves
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.