quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Socializar conhecimentos


Procuro socializar alguns conhecimentos, especialmente aqueles em que era ignorante total.
Durante toda a minha vida útil de funcionário público da saúde e da educação, parte do meu salário era descontada para os sindicatos daquelas áreas.
Sempre que abria o meu holerite, abaixo do valor do salário bruto, aparecia uma enorme lista de descontos e outras operações para capar o nosso salário, e que nunca entendi.
Reclamei sempre do listão, encabeçado pelo leão da Receita Federal, Previdência e esse Imposto Sindical.
Diziam-me que era lei e lei tem que ser cumprida. Tudo bem. Mas não me conformava com as mordidas. Especialmente com aquele desconto para os sindicatos.
E, hoje, vejo reconhecida a razão daquele meu inconformismo.
Li a entrevista recente do presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre o assunto sindicatos e, de tão interessante, resolvi socializar o que aprendi.
Diz o presidente do TST: “A maioria das entidades sindicais não representa ninguém e existe apenas para embolsar o imposto pago pelos contribuintes.”
Analisei a profundidade deste diagnóstico e logo um filme antigo nos vem à memória: imagens de sindicalistas que se tornaram conhecidos e, inclusive, ocuparam cargos de mando neste país.
“Cachorro é um ser humano como outro qualquer”, foi uma das pérolas do século passado dito por um sindicalista-ministro.
Prossegue o presidente do TST: “A criação de um sindicato é um dos negócios mais sedutores e mais rendáveis neste país. Os sindicatos, em sua maioria são fantasmas ou pouco representativos.”
Com exceção daquele sindicato manipulado pelo General Golbery no ABC paulista, nenhum outro conseguia nada em benefício dos seus associados.
O Brasil tem hoje mais de 14 mil sindicatos oficialmente reconhecidos pelo Ministério do Trabalho, e uma média de 105 pedidos de registros por mês.
Eles são criados, na sua maioria, não para representar categorias, mas com os olhos na receita auferida pela contribuição sindical, que é uma excrescência.
É dinheiro público transferido para entidades sindicais que gastam sem prestar contas. A afirmação é do presidente do TST, que é favorável a extinção da contribuição sindical.
Para que isso aconteça, há necessidade de contrariar uma sólida rede de interesses arraigados há décadas. Resultado, não haverá nunca essa mudança.
Para encerrar: os setores que mais desrespeitam a legislação trabalhista são a União, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.
E, por aqui, nós, ingenuamente pensávamos que o negócio mais atrativo e lucrativo, era as Cartas Marcadas.
Vamos socializar mais as nossas informações para enfrentarmos o mundo atual.

Gabriel Novis Neves
20-12-2011

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