Procuro socializar alguns
conhecimentos, especialmente aqueles em que era ignorante total.
Durante toda a minha vida útil de
funcionário público da saúde e da educação, parte do meu salário era descontada
para os sindicatos daquelas áreas.
Sempre que abria o meu holerite, abaixo
do valor do salário bruto, aparecia uma enorme lista de descontos e outras
operações para capar o nosso salário, e que nunca entendi.
Reclamei sempre do listão, encabeçado
pelo leão da Receita Federal, Previdência e esse Imposto Sindical.
Diziam-me que era lei e lei tem que ser
cumprida. Tudo bem. Mas não me conformava com as mordidas. Especialmente com
aquele desconto para os sindicatos.
E, hoje, vejo reconhecida a razão
daquele meu inconformismo.
Li a entrevista recente do presidente
do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre o assunto sindicatos e, de tão
interessante, resolvi socializar o que aprendi.
Diz o presidente do TST: “A maioria das
entidades sindicais não representa ninguém e existe apenas para embolsar o
imposto pago pelos contribuintes.”
Analisei a profundidade deste
diagnóstico e logo um filme antigo nos vem à memória: imagens de sindicalistas
que se tornaram conhecidos e, inclusive, ocuparam cargos de mando neste país.
“Cachorro é um ser humano como
outro qualquer”, foi uma das pérolas do século passado dito por um
sindicalista-ministro.
Prossegue o presidente do TST: “A
criação de um sindicato é um dos negócios mais sedutores e mais rendáveis neste
país. Os sindicatos, em sua maioria são fantasmas ou pouco representativos.”
Com exceção daquele sindicato
manipulado pelo General Golbery no ABC paulista, nenhum outro conseguia nada em
benefício dos seus associados.
O Brasil tem hoje mais de 14 mil
sindicatos oficialmente reconhecidos pelo Ministério do Trabalho, e uma média
de 105 pedidos de registros por mês.
Eles são criados, na sua maioria, não
para representar categorias, mas com os olhos na receita auferida pela
contribuição sindical, que é uma excrescência.
É dinheiro público transferido para
entidades sindicais que gastam sem prestar contas. A afirmação é do presidente
do TST, que é favorável a extinção da contribuição sindical.
Para que isso aconteça, há necessidade
de contrariar uma sólida rede de interesses arraigados há décadas. Resultado,
não haverá nunca essa mudança.
Para encerrar: os setores que mais
desrespeitam a legislação trabalhista são a União, a Caixa Econômica Federal e
o Banco do Brasil.
E, por aqui, nós, ingenuamente
pensávamos que o negócio mais atrativo e lucrativo, era as Cartas Marcadas.
Vamos socializar mais as nossas
informações para enfrentarmos o mundo atual.
Gabriel Novis Neves
20-12-2011
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