Com
a divulgação pela imprensa do balancete do ano que passou e do trabalho dos
nossos políticos, é que tomamos conhecimento “das coisas inúteis e dos homens
inúteis.”
Como
coisas inúteis - só para ficar com as mais recentes - temos a promessa da
vigilância das nossas fronteiras para evitar a entrada de drogas, realizadas
pelos aviões invisíveis e pelas barreiras do exército nacional por terra.
Não
passou de alguns programas de televisão do Horário Político Obrigatório e
Gratuito (!) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O
pó maldito continua entrando livremente em nosso país, considerado por muitos,
o maior corredor de exportação da droga para o mundo.
Outra
coisa inútil é considerar a educação como prioridade nacional. A última
avaliação do nosso ensino nos deixou em uma situação bastante desconfortável
diante do mundo contemporâneo.
Financiamento
para a saúde pública com centenas de reuniões e audiências públicas, foi a
coisa mais inútil do ano que passou. O Brasil vai tão mal com a saúde ofertada
pelo governo, que todos os integrantes dele procuram os hospitais privados,
passando recibo que a saúde pública no Brasil é uma coisa inútil.
A
nossa vizinha presidente fez uma cirurgia de complexidade no hospital
universitário do subúrbio de Buenos Aires.
O
presidente da Venezuela procurou um hospital socialista e pobre do Caribe
(Cuba) para tratar da sua grave enfermidade.
A
famosa transparência nos atos públicos e a ética tão repetida nos discursos é
uma coisa inútil.
Não
colou nem deu liga - como dizem os pragmáticos - nenhum desses compromissos, e
estão na enorme fila das coisas inúteis que “assolam este país,” diria o
Stanislaw Ponte Preta.
Nunca,
jamais, na história deste país (Presidente Lula), encaminharam tantos projetos
casuísticos e inconstitucionais como na legislatura finda.
A
mais inútil de todas foi uma encaminhada ao apagar das luzes que absolve o
criminoso portador de um mandato popular.
A
logomarca das coisas inúteis é a outrora badalada Lei da Ficha Limpa. Como
exemplo da inutilidade dessa lei, temos a posse, durante o recesso parlamentar
(férias), do senador do ranário.
O
excesso de ministérios no Brasil é de uma inutilidade gritante. Há estudos
adiantados realizados pelos partidos de sustentação política do governo, para
se criar um ministério de Inutilidades, que ficaria responsável pela
coordenação dos 38 ministérios atuais. Facilitaria em muito o trabalho da
presidente, que despacharia em grupos e ganharíamos mais um ministério para
alojar correligionários.
Como
inutilidade regional a lista é enorme. Ficarei com o Relógio da Copa, cuja
inauguração foi uma festança e a sua triste retirada em uma madrugada.
A
inauguração do programa federal pela prefeitura de Cuiabá na Praça Alencastro
de uma VAN - chamada de consultório de rua - merece destaque local. Coisa
inútil globalizada pela criatividade da cópia francesa que tinha retaguarda de
apoio, impensável por aqui.
Essa
inutilidade veio substituir um programa revolucionário do período eleitoral
chamado de UPAS (Unidade de Pronto Atendimento à Saúde), que se tornou uma
coisa inútil, pois não saiu do papel.
Vou
ficar por aqui para não desanimar minha gente em ano eleitoral com essa verdade
azeda que são as coisas inúteis, que não foram inventadas por nós, mas temos
culpa no cartório em toda essa situação.
Tatu
não sobe em pau, como político de coisas inúteis, nós é que os colocamos no
pau, digo nos cargos políticos.
“Quem
faz coisas inúteis são homens inúteis,” diz o poeta.
A
receita é esquecer-se dos “homens inúteis no seu próprio abandono.”
“E
as coisas inúteis ficam para a poesia.”
Gabriel
Novis Neves
12-01-2012
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