Demorou,
mas a bola entrou. O atual governo do Estado, ao contrário do anterior que
fechou inúmeros hospitais em Cuiabá e no interior, em pequena nota divulgada
pela imprensa anunciou que irá reabrir um hospital muito importante para a
Cidade Azul.
Governo
e proprietários da empresa hospitalar chegaram a um acordo sobre o Hospital das
Clínicas. Durante 10 anos o governo alugará o imóvel, que será útil a todo o
Estado de Mato Grosso.
Parece
que prevaleceu o bom senso.
Por
inúmeras vezes o governo anterior – tanto o estadual como o municipal –
anunciou que o hospital iria voltar a funcionar. E até prazo estipulavam.
Mas,
tudo não passava de discurso de campanha política, se aproveitando da boa fé
dos cuiabanos.
Construção
do Hospital da Criança, de alta complexidade, traumatológico, tudo isso foi
prometido pelos políticos para conseguir votos. Enquanto isso, os nossos
sofrimentos eram matérias das redes nacionais de televisão.
Repito:
“parece” que o bom senso prevaleceu. O meu receio é que tudo fique no discurso.
O governo perdeu sua credibilidade.
O
PAC II foi lançado para alavancar a candidatura da mãe do PAC. O gasto do
governo federal nesse programa não chegou a 1% do prometido e anunciado. Hoje,
ninguém mais fala no paque e no paquinho, a não ser nos Tribunais de Contas.
A
ferrovia de Lucas do Rio Verde tinha dia marcado para inauguração. Passadas as
eleições, o projeto foi para uma reavaliação. Será uma obra para gerações
futuras.
Cuiabá
foi muito maltratada nesses últimos anos, especialmente com relação à saúde
pública. Vários hospitais foram fechados. O governo comprou outros, mas
expulsou os seus pacientes transformando-os em repartições públicas.
Um
hospital filantrópico diminuiu o número de leitos e serviços para não fechar as
suas portas. Outro foi transformado em hospital escola, com redução de 50% de
seus leitos.
Fazendo
um cálculo otimista, perdemos 1000 leitos só em Cuiabá, embora a população
tenha crescido.
O
fenômeno fecha-fecha dos hospitais privados atingiu todo o Estado, sobrecarregando
ainda mais a capital.
A
rede privada hospitalar da Cidade Azul está operando no seu limite máximo,
próximo a um apagão. Pacientes internam no dia da cirurgia, vão para o centro
cirúrgico sabendo que serão operados, mas ficarão na fila para conseguir um
leito.
Muitos
pacientes, após a anestesia e a cirurgia, permanecem na sala de recuperação e,
de lá, vão direto para casa por falta de vagas.
Quando
a cirurgia é mais complexa, a permanência do paciente na sala de recuperação é
longa - até conseguir um leito para a alta no dia seguinte.
Na
rede privada as altas hospitalares acontecem a qualquer hora do dia por extrema
necessidade. A prioridade para internação, mesmo sem vagas, é para os pacientes
em risco de vida. É frequente ouvir de diretores de hospitais particulares
confissões que irão fechar certos serviços por falta de compreensão do governo.
A
notícia do aluguel do Hospital das Clínicas é um alento à nossa sofredora
população, que só irá acreditar mesmo na negociação se, e quando, o espaço
hospitalar estiver internando pacientes.
A
recente publicação no Diário Oficial de um decreto sobre férias do
funcionalismo, tornado sem efeito no dia seguinte; a compra e devolução dos
jipes russos; o interminável projeto pronto, e não acabado, do VLT, e outras
promessas menores e não cumpridas, deixaram o cuiabano ressabiado.
Os
seguidores de São Thomé, maioria absoluta da população, só acreditarão no
governo depois de ver o hospital alugado ocupados por pacientes.
Parabéns
governador, por ter atendido a voz das ruas!
Gabriel Novis Neves
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