quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Decisão correta


Demorou, mas a bola entrou. O atual governo do Estado, ao contrário do anterior que fechou inúmeros hospitais em Cuiabá e no interior, em pequena nota divulgada pela imprensa anunciou que irá reabrir um hospital muito importante para a Cidade Azul.
Governo e proprietários da empresa hospitalar chegaram a um acordo sobre o Hospital das Clínicas. Durante 10 anos o governo alugará o imóvel, que será útil a todo o Estado de Mato Grosso.
Parece que prevaleceu o bom senso.
Por inúmeras vezes o governo anterior – tanto o estadual como o municipal – anunciou que o hospital iria voltar a funcionar. E até prazo estipulavam.
Mas, tudo não passava de discurso de campanha política, se aproveitando da boa fé dos cuiabanos.
Construção do Hospital da Criança, de alta complexidade, traumatológico, tudo isso foi prometido pelos políticos para conseguir votos. Enquanto isso, os nossos sofrimentos eram matérias das redes nacionais de televisão.
Repito: “parece” que o bom senso prevaleceu. O meu receio é que tudo fique no discurso. O governo perdeu sua credibilidade.
O PAC II foi lançado para alavancar a candidatura da mãe do PAC. O gasto do governo federal nesse programa não chegou a 1% do prometido e anunciado. Hoje, ninguém mais fala no paque e no paquinho, a não ser nos Tribunais de Contas.
A ferrovia de Lucas do Rio Verde tinha dia marcado para inauguração. Passadas as eleições, o projeto foi para uma reavaliação. Será uma obra para gerações futuras.
Cuiabá foi muito maltratada nesses últimos anos, especialmente com relação à saúde pública. Vários hospitais foram fechados. O governo comprou outros, mas expulsou os seus pacientes transformando-os em repartições públicas.
Um hospital filantrópico diminuiu o número de leitos e serviços para não fechar as suas portas. Outro foi transformado em hospital escola, com redução de 50% de seus leitos.
Fazendo um cálculo otimista, perdemos 1000 leitos só em Cuiabá, embora a população tenha crescido.
O fenômeno fecha-fecha dos hospitais privados atingiu todo o Estado, sobrecarregando ainda mais a capital.
A rede privada hospitalar da Cidade Azul está operando no seu limite máximo, próximo a um apagão. Pacientes internam no dia da cirurgia, vão para o centro cirúrgico sabendo que serão operados, mas ficarão na fila para conseguir um leito.
Muitos pacientes, após a anestesia e a cirurgia, permanecem na sala de recuperação e, de lá, vão direto para casa por falta de vagas.
Quando a cirurgia é mais complexa, a permanência do paciente na sala de recuperação é longa - até conseguir um leito para a alta no dia seguinte.
Na rede privada as altas hospitalares acontecem a qualquer hora do dia por extrema necessidade. A prioridade para internação, mesmo sem vagas, é para os pacientes em risco de vida. É frequente ouvir de diretores de hospitais particulares confissões que irão fechar certos serviços por falta de compreensão do governo.
A notícia do aluguel do Hospital das Clínicas é um alento à nossa sofredora população, que só irá acreditar mesmo na negociação se, e quando, o espaço hospitalar estiver internando pacientes.
A recente publicação no Diário Oficial de um decreto sobre férias do funcionalismo, tornado sem efeito no dia seguinte; a compra e devolução dos jipes russos; o interminável projeto pronto, e não acabado, do VLT, e outras promessas menores e não cumpridas, deixaram o cuiabano ressabiado.
Os seguidores de São Thomé, maioria absoluta da população, só acreditarão no governo depois de ver o hospital alugado ocupados por pacientes.
Parabéns governador, por ter atendido a voz das ruas!

Gabriel Novis Neves
30-12-2011

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