Joaquim
Maria Machado de Assis foi cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta,
novelista, romancista, crítico e ensaísta.
Filho
de um operário mestiço – negro com português - e de uma mulata brasileira.
Perde sua mãe muito cedo e é criado pela madrasta, também mulata, que se dedica
ao menino e o matricula na escola pública - única que o autodidata Machado de
Assis frequentou.
Machado
nasceu no Rio de Janeiro e passou a sua juventude no morro do Livramento, onde
ajudava na celebração da missa na igreja Lampadosa.
Com
a morte do pai, torna-se vendedor de doces num colégio do bairro de São
Cristovão. No colégio tem contato com professores e alunos e, é até provável,
que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando.
Aprendeu
francês com um forneiro de uma padaria. De saúde frágil, epiléptico, gago,
sabe-se pouco de sua infância.
Machado
foi casado, mas não teve filhos. Fundador e primeiro presidente da Academia
Brasileira de Letras. Sua oração fúnebre foi proferida pelo acadêmico Rui
Barbosa.
Foi
funcionário público do Ministério de Obras e Agricultura. Resumidamente foi
isso que aprendemos na escola.
O
GUIA Politicamente INCORRETO da HISTÓRIA do BRASIL, de Leandro Narloch, nos
enriquece com informações que constam nos arquivos das grandes bibliotecas. Por
exemplo:
“Machado
de Assis é um tipo incomum de gênio - aquele que alcançou a fama muito antes de
publicar os primeiros romances. Seu primeiro cargo público, pela sua
genialidade de crítico, foi o de censor do império, comum naquela época, e
odiado hoje: agente da censura”.
“Machado
foi censor do Conservatório Dramático, o órgão da corte do imperador dom Pedro
II, encarregado de julgar as peças que poderiam ser levadas ao público. Entre
1862 e 1863, avaliou dezessete peças, proibindo três delas”.
A
Mulher que o Mundo Respeita não ganhou a licença porque o censor achou a
comédia “um episódio imoral, sem princípio nem fim, uma baboseira”.
O
drama, As Conveniências, foi reprovado com uma justificativa curta,
que zelava pelos bons costumes: “Não posso dar o meu voto de aprovação ao drama As
Conveniências. É um serviço à moral proibir a representação dessa peça.”
O
professor João Roberto Faria, da Universidade de São Paulo, detalha as regras
que Machado de Assis tinha que seguir em seu trabalho de censor.
Primeiro:
“proibir a história que tivesse assuntos e expressões que ferissem o decoro,
pois era preciso garantir que “pudesse a Imperial Família honrar com a Sua
Presença o espetáculo”.
Segundo:
“barrar as peças contrárias à religião e às autoridades brasileiras.”
Para
Machado isso era pouco. Gostaria de praticar uma censura ainda mais cruel do
que aquela que lhe era permitida fazer.
Hoje
em dia, com tanta peça ruim nos teatros, novelas, mini-séries, livros e
publicações, um censor como Machado de Assis não seria nada mal.
Gabriel
Novis Neves
08-01-2012
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