domingo, 29 de janeiro de 2012

Machado de Assis


Joaquim Maria Machado de Assis foi cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta.
Filho de um operário mestiço – negro com português - e de uma mulata brasileira. Perde sua mãe muito cedo e é criado pela madrasta, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública - única que o autodidata Machado de Assis frequentou.
Machado nasceu no Rio de Janeiro e passou a sua juventude no morro do Livramento, onde ajudava na celebração da missa na igreja Lampadosa.
Com a morte do pai, torna-se vendedor de doces num colégio do bairro de São Cristovão. No colégio tem contato com professores e alunos e, é até provável, que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando.
Aprendeu francês com um forneiro de uma padaria. De saúde frágil, epiléptico, gago, sabe-se pouco de sua infância.
Machado foi casado, mas não teve filhos. Fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras. Sua oração fúnebre foi proferida pelo acadêmico Rui Barbosa.
Foi funcionário público do Ministério de Obras e Agricultura. Resumidamente foi isso que aprendemos na escola.
O GUIA Politicamente INCORRETO da HISTÓRIA do BRASIL, de Leandro Narloch, nos enriquece com informações que constam nos arquivos das grandes bibliotecas. Por exemplo:
“Machado de Assis é um tipo incomum de gênio - aquele que alcançou a fama muito antes de publicar os primeiros romances. Seu primeiro cargo público, pela sua genialidade de crítico, foi o de censor do império, comum naquela época, e odiado hoje: agente da censura”.
“Machado foi censor do Conservatório Dramático, o órgão da corte do imperador dom Pedro II, encarregado de julgar as peças que poderiam ser levadas ao público. Entre 1862 e 1863, avaliou dezessete peças, proibindo três delas”.
A Mulher que o Mundo Respeita não ganhou a licença porque o censor achou a comédia “um episódio imoral, sem princípio nem fim, uma baboseira”.
O drama, As Conveniências, foi reprovado com uma justificativa curta, que zelava pelos bons costumes: “Não posso dar o meu voto de aprovação ao drama As Conveniências. É um serviço à moral proibir a representação dessa peça.”
O professor João Roberto Faria, da Universidade de São Paulo, detalha as regras que Machado de Assis tinha que seguir em seu trabalho de censor.
Primeiro: “proibir a história que tivesse assuntos e expressões que ferissem o decoro, pois era preciso garantir que “pudesse a Imperial Família honrar com a Sua Presença o espetáculo”.
Segundo: “barrar as peças contrárias à religião e às autoridades brasileiras.”
Para Machado isso era pouco. Gostaria de praticar uma censura ainda mais cruel do que aquela que lhe era permitida fazer.
Hoje em dia, com tanta peça ruim nos teatros, novelas, mini-séries, livros e publicações, um censor como Machado de Assis não seria nada mal.

Gabriel Novis Neves 
 08-01-2012

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