Antes
de chegar às aulas de história no colégio, ouvi comentários dos antigos sobre
uma tal de Coluna Prestes.
Por
maior que fosse a minha atenção, nunca entendi o que aquilo significava.
Reparava que, sem exceção, os que comentavam sobre a presença desta Coluna aqui
em Mato Grosso, sempre faziam com ar de desaprovação e irritação.
Um
dos fatos que me marcou foi o relato do ex-reitor Atílio Ourives sobre o que
Prestes e a sua turma fizeram em Barra do Bugres, onde o seu pai tinha uma
pequena criação de gado.
A
imagem dos trapalhões andarilhos pelo Brasil nunca conseguiu convencer ninguém,
muito pelo contrário.
Através
de pesquisas históricas, ficou conhecida como um conjunto de malfeitores, que
matavam inocentes, estuprava senhoras e meninas na frente de seus esposos e
pais, destruíam as cidades e partiam, deixando os miseráveis mais miseráveis.
Tudo
que este pessoal fez foi contada de maneira diferente pelos jornais da época.
Hoje, pesquisas de pessoas honradas e de credibilidade, são publicadas com
documentos reveladores dos desatinos praticados por aqueles jovens da Coluna.
Conheci
o Cavaleiro da Esperança em um comício no Rio de Janeiro. Figura inexpressiva,
assalariado do governo soviético. Para implantar o comunismo no Brasil
recebeu muito dinheiro, fracassando redondamente em seu intento.
Terminou
os seus dias sendo sustentado pelo jovem centenário e sonhador Oscar Niemayer,
o único comunista existente no Brasil.
Com
Juarez Távora, que era o segundo da hierarquia da Coluna, tive um contato
maior. Quando velho e sem prestígio, veio lançar o seu livro de memórias na
UFMT.
Levei-o
para minha casa onde tomou um chá. Sabendo ser eu médico, proferiu naquela
noite, que ficou histórica para mim, uma aula sobre a sua doença que eu só
conhecia em livros - espru - que adquiriu nos sertões de Minas Gerais.
Era
a explicação científica para a sua incrível magreza. A idade diminuiu sua fúria
juvenil, e ouvi relatos fantásticos do vice-rei do Brasil, que foi um dos
poucos sobreviventes do Grupo dos 18 do Forte de Copacabana.
O
Brasil precisa conhecer a sua história verdadeira. Aproveitando este prolongado
pós-operatório e final de ano, pretendo fazer pequenas anotações sobre as
histórias fantasiosas que nos ensinaram na escola.
A
Coluna Prestes foi uma delas.
Gabriel
Novis Neves
29-12-2012
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