Precisa
ter muita coragem para participar de um evento internacional para promover o
nosso turismo.
É
a tal da idolatria da propaganda enganosa, tão em moda nos nossos dias.
A
Internet hoje em dia é uma fonte inesgotável de informações sobre os mais
diversos roteiros de viagem. Poucos são os que se aventuram a conhecer um lugar
sem antes pesquisar sobre a região.
Nosso
Estado é de uma beleza deslumbrante nos seus riquíssimos ecossistemas. Temos o
Pantanal, a Amazônia e o Cerrado.
Para
transformar esses presentes da natureza em polos turísticos há necessidade de
fortes investimentos financeiros e humanos.
A
nossa Chapada, conhecida e admirada no mundo todo, é um exemplo de como não
atrair turistas.
A
estrada que liga Cuiabá à cidade de clima andino tem uma pavimentação que
aterroriza os turistas pela sua péssima qualidade e risco de acidentes.
A
cidade não possui hotéis, pousadas, pensões, restaurantes e bares para satisfazer
aos que chegam atraídos pela natureza, e que gostariam de um pouco de conforto.
A
infraestrutura com os serviços essenciais é muito precária.
Outra
atração nossa é o Pantanal. O acesso a essa região também é complicado. A
rodovia não é asfaltada e a sua manutenção deixa muito a desejar. A rede
hoteleira é insuficiente e de baixa qualidade, assim como os restaurantes e
similares.
Na
maior planície inundada do planeta existem mais de cem pontes para nos ligar
aos mais diversos locais de encantamento.
Acontece
que todas essas pontes são de madeiras e em péssimos estados de conservação,
causando pavor aos que trafegam por elas. Nunca se pensou em substituí-las por
pontes de concreto. Agora, às vésperas da Copa do Mundo, o governo informa que
está estudando um projeto para fazer esta substituição.
Alguns
empresários da área hoteleira até que procuraram manter hotéis de alta
qualidade. Mas, tiveram que fechá-los por falta de hóspedes.
O
Rio de Janeiro, na época do seu descobrimento, era uma terra com morros,
lagoas, baías e uma beleza bruta logo percebida pelos seus governantes.
Com
decisão política e recursos financeiros, os morros, com a ajuda da tecnologia
humana, foram transformados em cartões postais marcos de uma civilização.
Assim
surgiram: o Corcovado, o Morro da Urca, o Pão de Açúcar, a Baía da Guanabara, a
Lagoa Rodrigo de Freitas, o Aterro do Flamengo e o embelezamento da orla
marítima.
Todo
o litoral brasileiro, embora com timidez, explora o turismo, pois é uma
atividade econômica altamente lucrativa.
Público
existe para esse mercado, mas há necessidade da contrapartida, e o Estado
sempre foge de compromissos mais sólidos nessa área.
Nenhum
evento internacional, do porte de uma Copa do Mundo, despertou interesse dos
nossos empresários, receosos de um fiasco, o que lhes seria fatal.
Mesmo
com uma linha de créditos para as cidades-sede dos jogos da Copa, poucos se
arriscaram a captar esses recursos destinados ao turismo.
Uma
cidade que possui um aeroporto na situação calamitosa do nosso, não pode
impressionar o turista, pois a primeira impressão é a que fica – e a que
motiva.
Essa
é a triste realidade do nosso Estado com relação ao turismo.
Ainda
há tempo para uma rápida maquiagem na nossa vergonhosa situação de bem receber.
Gabriel
Novis Neves
29-04-2013
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