Sinto
enorme dificuldade em abandonar as crenças que incorporei quando criança dos
meus pais e professores, especialmente àquelas referentes a valores morais e
éticos.
Aceito
com facilidade as transformações com relação ao comportamento humano, ensino,
ciência e tecnologia - de tal velocidade que os “distraídos” perdem o trem da
sua existência.
Os
valores que digo insubstituíveis são pequenos ensinamentos que, reunidos, moldam
a personalidade das pessoas, já que ninguém nasce com ela.
Fui
educado em uma família simples onde valores da vida, como solidariedade humana,
compreensão para tratar divergências, a aceitação das nossas limitações, a luta
pela justiça social, a abominação de privilégios, a não aceitação de qualquer
tipo de preconceitos e ser um elemento de transformação social, compunham a
base da pirâmide da conduta que iria nortear a minha vida.
O
meio ambiente onde cresci foi também um fator não desprezível na minha
formação.
Sei
que o mundo de hoje não é o mundo onde aprendi esses valores. Acompanhei as
transformações da vida e, naquilo que pude, trabalhei para que a vida fosse
hoje melhor para a sociedade.
Vivemos
tempos modernos onde os avanços do conhecimento se processam de maneira
incontrolável, mexendo nas crenças e descrenças de muitos.
Saber
muito de pouco é uma das leis dos tempos atuais. O saber ficou fragmentado e a
verdade não tem mais dono.
Neste
enredo traçado pela vida atual não consigo trocar as minhas crenças, que são
aqueles valores do início da minha vida, pelos que me são hoje apresentados.
Jamais
aceitarei - compreender sim - que o poder econômico e político possam
transformar crenças em descrenças.
Não
entendo que o merecimento possa ser negociado por fatores outros e aceito com
naturalidade nos tempos atuais.
A
minha descrença no futuro desta nação se acentua mais no período de colação de
grau das universidades.
Equívocos
são cometidos nessas ocasiões, muitas vezes aniquilando, no nascedouro, brilhantes
carreiras.
Será
a última vez que tratarei deste assunto em artigos, fator de tantas hipocrisias
existentes, onde não deveria existir esse tipo de consumo.
O
mundo mudou, mas crenças não podem mudar para descrenças.
Gabriel Novis Neves
22-04-2013
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