segunda-feira, 13 de maio de 2013

Ex-faxineira


Com a nomeação do ex-auxiliar do Paulo Maluf, ex- candidato à Presidência da República pelo partido do Waldemar (PL atual PR), vice-governador do governo do Estado de São Paulo comandado pelo PSDB, e um dos fundadores do PSD do ex-prefeito do DEM Gilberto Kassab, a antiga faxineira do Planalto encerrou a sua profissão de retirada de entulhos do governo federal.
Essa salada toda, difícil de entender, mas fácil de compreender, foi feita para garantir um minuto e trinta e nove segundos no Horário Gratuito e Obrigatório do Tribunal Regional Eleitoral.
As agências de publicidade poderão informar com precisão o valor do espaço comprado na televisão e rádio.
Nesse pacote para nomear um ex-dirigente do governo militar, que perseguiu e prendeu a presidente, foram incluídos quarenta e oito deputados federais em exercício e dois senadores.
Números de parlamentares imprescindíveis para aprovação de matérias eleitoreiras no Congresso Nacional.
Com mais esse ato de renúncia à faxina ética, aumenta as possibilidades de retorno dos antigos ministros dos Transportes e Trabalho, com todos os seus auxiliares.
Será que os eleitores esquecerão os motivos da faxina?
Na época, falavam em comportamentos não republicanos que, traduzindo vem a ser a conhecida corrupção, que é a apropriação indevida do dinheiro público.
Acontece que os verdadeiros donos do poder são invisíveis. Exigem dos seus representantes visíveis, obediência às regras do poder, que são demolidoras de todos os valores humanos.
Quem manda é o capital financeiro, e o seu representante fantasia faz o jogo do dinheiro para se perpetuar no poder, que dizem ser afrodisíaco.
Do lado que pender os banqueiros, as grandes fortunas, está aí o obediente chefe do poder, que nos ensinaram que emana do povo.
O ocupante do cargo público mais importante de uma nação tem o seu prazo de validade.
O poder invisível não tem mandato. Onde existir capital robusto, aí está o verdadeiro poder, que não tem filiação partidária.
Assim caminha a humanidade, assustando, com essa salada do trigésimo nono ministério, os menos avisados.
Os ex-revolucionários, hoje indenizados e aposentados com polpudos salários, devem pensar como “a juventude é insensata e cruel, ainda que a velhice seja intolerável”.

Gabriel Novis Neves
07-05-2013

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