A
Coordenadora Municipal de Imunização disse que “a vacina é importante. Caso
haja uma epidemia de gripe, a maioria das pessoas já estará imunizada”.
Correta
a informação publicada na 3ª página do Jornal A Gazeta de 10 de maio de 2013? Não.
A
vacina é importante, caso haja uma epidemia de gripe causada pelos vírus
contidos na vacina, e que já se manifestaram em outros surtos. Nessas condições
a maioria das pessoas já estaria imunizada.
Todos
os surtos pandêmicos que atacam vários países são causados pelo vírus
Influenza, modificados por mutações dos gens virais.
Prefiro
interpretar o que acabei de ler como uma grande confusão em relação aos efeitos
preventivos da vacina contra a gripe.
Nem
de longe pensar em má fé para enganar a nossa população.
A
prova do que afirmei é que entre os grupos prioritários para receber a vacina,
os profissionais de saúde são os de menor índice de vacinação – apenas 33%.
Cuiabá
e Mato Grosso não atingiram as metas desejadas pelo Ministério da Saúde.
Esse
“fenômeno” ocorreu em todo o Brasil, apesar das várias prorrogações concedidas
pelo Programa.
A
interpretação oficial pelo não alcance da meta: “representa a ideia que muitas
pessoas têm de que não é preciso se vacinar contra a gripe pelo fato de ser uma
doença controlada há um certo tempo”.
O
importante para um fracasso é encontrar um culpado. No caso presente, segundo o
governo, os culpados são os médicos, trabalhadores de saúde e, com certeza, os
ignorantes.
Há
um velho ditado que diz que certas vacinas não pegam, assim como muitas leis.
O
povo não é obrigado a ter conhecimentos científicos, mas, pelas evidências, foi
observado que a gripe é uma das patologias que mais lotam os serviços de saúde.
Por
essas e outras, a descrença da nossa população é tão grande com a credibilidade
dos órgãos públicos de saúde, que os resultados estão aí.
A
verdade é necessária que se diga, porém amarga para quem ouve.
Diariamente
escutamos pelo rádio depoimentos de pessoas humildes dizendo que não se
vacinaram com medo de passar mal e até morrer.
Casos
como esses são repetidos às centenas, e os nossos vaidosos cuidadores de
doenças interpretam essas angústias da nossa pobre população com desdém,
debitando na conta dos analfabetos.
Há
necessidade urgente de uma campanha de esclarecimento sobre os benefícios e
fracassos dessa vacina.
O
povo não é bobo, e quer saber sobre a sonegação das informações.
Sem
amor ao próximo, respeito às desigualdades e sentado no trono da prepotência,
não se faz saúde pública.
Chegou
o momento de menos botox, e mais carinho, especialmente, com os desafortunados.
Meia
verdade é pior que mentira cabeluda. Gera confusão.
Gabriel Novis Neves
10-05-2013
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