sexta-feira, 17 de maio de 2013

Confusão


A Coordenadora Municipal de Imunização disse que “a vacina é importante. Caso haja uma epidemia de gripe, a maioria das pessoas já estará imunizada”.
Correta a informação publicada na 3ª página do Jornal A Gazeta de 10 de maio de 2013? Não.
A vacina é importante, caso haja uma epidemia de gripe causada pelos vírus contidos na vacina, e que já se manifestaram em outros surtos. Nessas condições a maioria das pessoas já estaria imunizada.
Todos os surtos pandêmicos que atacam vários países são causados pelo vírus Influenza, modificados por mutações dos gens virais.
Prefiro interpretar o que acabei de ler como uma grande confusão em relação aos efeitos preventivos da vacina contra a gripe.
Nem de longe pensar em má fé para enganar a nossa população.
A prova do que afirmei é que entre os grupos prioritários para receber a vacina, os profissionais de saúde são os de menor índice de vacinação – apenas 33%.
Cuiabá e Mato Grosso não atingiram as metas desejadas pelo Ministério da Saúde.
Esse “fenômeno” ocorreu em todo o Brasil, apesar das várias prorrogações concedidas pelo Programa.
A interpretação oficial pelo não alcance da meta: “representa a ideia que muitas pessoas têm de que não é preciso se vacinar contra a gripe pelo fato de ser uma doença controlada há um certo tempo”.
O importante para um fracasso é encontrar um culpado. No caso presente, segundo o governo, os culpados são os médicos, trabalhadores de saúde e, com certeza, os ignorantes.
Há um velho ditado que diz que certas vacinas não pegam, assim como muitas leis.
O povo não é obrigado a ter conhecimentos científicos, mas, pelas evidências, foi observado que a gripe é uma das patologias que mais lotam os serviços de saúde.
Por essas e outras, a descrença da nossa população é tão grande com a credibilidade dos órgãos públicos de saúde, que os resultados estão aí.
A verdade é necessária que se diga, porém amarga para quem ouve.
Diariamente escutamos pelo rádio depoimentos de pessoas humildes dizendo que não se vacinaram com medo de passar mal e até morrer.
Casos como esses são repetidos às centenas, e os nossos vaidosos cuidadores de doenças interpretam essas angústias da nossa pobre população com desdém, debitando na conta dos analfabetos.
Há necessidade urgente de uma campanha de esclarecimento sobre os benefícios e fracassos dessa vacina.
O povo não é bobo, e quer saber sobre a sonegação das informações.
Sem amor ao próximo, respeito às desigualdades e sentado no trono da prepotência, não se faz saúde pública.
Chegou o momento de menos botox, e mais carinho, especialmente, com os desafortunados.
Meia verdade é pior que mentira cabeluda. Gera confusão.

Gabriel Novis Neves
10-05-2013

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