Se
há uma palavra que político nunca, jamais, em tempo algum deve empregar é a
palavra “não” - um advérbio da negação.
O
melhor político é o que tem paciência para ouvir e preguiça para responder.
Os
seguidores da negação em três letras transmitem prepotência, autoritarismo (não
confundir com autoridade) e, na grande maioria das vezes, despertam a
curiosidade dos seus adversários para pegar o truculento verbal pisando em
falso.
Os
adultos sabem que em política não existe segredo, e conversa reservada só
existe quando ninguém fala - coisa impossível.
A
sabedoria popular diz que segredo não foi feito para guardar.
Dia
desses o presidente de um partido político da base de sustentação do governo
relatou, confidencialmente, o seu despacho com o seu chefe.
Disse-lhe que
estava sendo cobrado pelos seus correligionários. Desejava saber como
ficariam as pessoas indicadas para trabalhar no governo e que ajudaram a
eleger.
Olimpicamente,
a resposta foi contundente para ambientes políticos - "essa gente da lista
não nos interessa".
Surpreso,
o presidente do partido deixou a reunião.
Questionado
pelos seus partidários, que sabiam estar com os currículos à disposição, com o
perfil técnico e de honestidade exigidos pelo executivo, não suportou a pressão
e disse o que ouviu na reunião: “essa gente não nos interessa”.
Coisas
são sempre coisas, descartáveis e, geralmente, perdem a importância assim que
as possuímos.
Gente
é gente, não mercadoria para não mais interessar após conquistar o que se
pretendia com os seus apoios.
“Essa
gente não nos interessa” é uma expressão infeliz que transmite insegurança ao
cidadão honesto, qualificado e trabalhador.
A
bandeira amarela subiu ao mastro.
Imagine
se professores, profissionais da saúde e outros servidores forem sumariamente
classificados como “essa gente não nos interessa?”.
Todos
nós temos o que oferecer de bom na complexidade difícil do ser humano.
O
nivelamento de pessoas por critérios industriais e cotação nas Bolsas de Valores
de Pequin, é um erro que um especialista em gente jamais cometerá.
A
máquina é acionada até por controle remoto - gente por estímulos cerebrais, que
em termos de máquina é incomparável e inimitável.
Não
somos do signo do atraso e de homens prepotentes.
Essa
gente que assim se comporta, não interessa ao nosso país.
Enfim,
“quem pariu Mateus que o embale.”
Gabriel Novis Neves
15-05-2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.