Dentre
a enorme gama dos embotados na sua afetividade, estão os pobres auto
suficientes.
Pessoas
geralmente de bom conteúdo moral, mas de atitudes totalmente engessadas no
aspecto emocional.
Comportam-se
como animais ariscos, sempre funcionando no coletivo, nunca no particular.
A
proximidade de qualquer afetividade mais explícita, consegue fazer com
que se tornem extremamente ameaçados, despertando imediata reação de ausência.
Apesar
de sofrerem, mas não tanto, com essa solidão abusiva a que se propõem,
desenvolvem durante a vida uma inércia absoluta que obstrui as suas mais
remotas possibilidades de trocas.
Na
maioria das vezes, são ególatras e exatamente por sua incapacidade de doação,
vivem numa busca diária e insana do aplauso geral.
São
extremamente desconfortáveis para os que deles se cercam e é só torcer para que
não sejam por eles vitimados os já possuidores de baixa estima.
Nessas
circunstâncias, o desastre é total para os dois lados já que não sendo
insensíveis, se apercebem do mal causado, mas já tardiamente.
Passando
uma imagem de auto suficiência, convivem através dos tempos com todos os elos
estabelecidos socialmente. Enclausurados na sua egocentrica, não conseguem que
o olhar se desloque além do seu próprio umbigo , alheios que são ao bem
estar do outro.
Seus
vínculos são sempre superficiais, sem consistência, mesmo que sejam os
familiares.
No
campo afetivo, as trocas energéticas são difíceis já que os relacionamentos vão
se distanciando à medida que a doação é pequena ou nula.
Inúmeros
casamentos são desfeitos nesse processo ou o que é mais comum, a parte
mais fraca sucumbe à solidão em que é jogada e geralmente adoece.
Só
existe um antídoto para esse tipo de pessoa.
Leia-se
“convivência cautelosa”, desvinculada de entrega, já que o amor precisa sempre
de pelo menos duas pessoas, para que se concretize.
Nietsche,
sabia bem o que era isso quando dizia “não tente se aproximar de mim, se não
vai conseguir me fazer companhia”.
Gabriel Novis Neves
06-05-2013
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