Assisti
pela TV a defesa que a doutora Roberta Fragoso Kaufmann fez no plenário do
Supremo Tribunal Federal (STF) contra o sistema de cotas na Universidade de
Brasília (UNB).
A
história da UNB foi forjada em lutas contra o autoritarismo de regimes
militares e civis.
Jovem,
foi sitiada e invadida por forças militares onde centenas de seus professores e
alunos foram presos e depois exilados.
Mestres
cassados e alunos expulsos da instituição por crimes de opinião. Era a época da
ditadura militar.
Agora,
em plena “democracia”, a nossa UNB, mais uma vez, sofre um rude golpe contra a
sua autonomia, sendo obrigada a aceitar cotas para o seu vestibular via
judicial.
Democraticamente
recorreu ao STF para, no prazo de apenas quinze minutos, a advogada da
instituição justificasse perante os seus onze membros a posição contrária da
UNB.
Conseguiu,
em um milagre de síntese, demonstrar aos ministros da Suprema Corte e ao
Brasil, todo o descontentamento e violência que uma das melhores universidades
deste país sofreu por parte do governo por não ter abandonado a mania adquirida
no seu nascimento.
“A
UNB se propõe a discutir a melhor forma de integração do negro, assim como quer
todo o povo brasileiro.”
Nos
países que adotaram as cotas sociais nas universidades, como os Estados Unidos
da América do Norte e a África do Sul, o resultado foi a segregação social.
Não
temos critérios para definir o negro, o pardo e o moreno. Hoje essa
classificação é feita por tribunais racistas, fechados, autoritários e
utilizando critérios místicos para definir quem é negro ou branco. O único
exame que vale para determinar a raça é o da gota do sangue (DNA).
Apenas
dez genes diferenciam a cor da pele, de um total de vinte e cinco mil genes.
A
pele escura não significa necessariamente ser descendente de escravos.
Muitos
loiros de olhos azuis podem perfeitamente, pela gota do sangue, apresentar
genes da cor negra e serem racialmente negros.
Até
1967 nos Estados Unidos era crime o relacionamento entre raças diferentes.
No
Brasil, desde o seu descobrimento, foi intensa a miscigenação, formando este
país de todos: brancos, negros, índios e estrangeiros, produzindo o que
chamamos de cultura brasileira.
Nos
Estados Unidos apenas 2% da sua população é negra pelo método da gota de
sangue.
E
aqui no Brasil? Impossível de se chegar a um resultado pela intensa
miscigenação, mas 73% dos pobres são negros.
“Não
precisamos de cotas para sanar problemas de outras realidades.”
O
caminho é a escola e a saúde pública de qualidade para todos e, principalmente,
oportunidade para todos. Recente pesquisa nacional demonstrou que, em dez anos
de cotas sociais, não houve aumento de 1% dos alunos pobres nas universidades.
É
uma falácia essa história de cotas nas universidades.
Os
nossos grandes ídolos, símbolos, que formam a nossa gente não dependeram da cor
da sua pele.
Rejeitam
o racismo no Brasil 96% da sua população. Vamos saber o que pensa o Nelson
Mandela sobre esse assunto:
“O
opressor precisa ser libertado, tanto quanto o oprimido. O homem que tira a
liberdade do outro é prisioneiro do ódio, do ressentimento. Está preso nas
grades do preconceito e da pobreza do espírito. Ser livre é se livrar do
ressentimento, é se livrar das algemas. Viver de uma maneira que se respeita e
se reforça a liberdade dos outros.”
“Eu
pratiquei a minha vida à luta do povo africano contra a dominação dos negros e
dos brancos. O meu ideal é de uma sociedade livre e democrática em que todas as
pessoas vivam com a igualdade das oportunidades.”
Mandela
é contra as cotas sociais.
Não
existe racismo bom. Não existe racismo politicamente correto.
Todo
racismo é perverso e precisa ser evitado.
Gabriel Novis Neves
03-05-2013
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