quarta-feira, 8 de maio de 2013

COTAS NAS UNIVERSIDADES


Assisti pela TV a defesa que a doutora Roberta Fragoso Kaufmann fez no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o sistema de cotas na Universidade de Brasília (UNB).
A história da UNB foi forjada em lutas contra o autoritarismo de regimes militares e civis.
Jovem, foi sitiada e invadida por forças militares onde centenas de seus professores e alunos foram presos e depois exilados.
Mestres cassados e alunos expulsos da instituição por crimes de opinião. Era a época da ditadura militar.
Agora, em plena “democracia”, a nossa UNB, mais uma vez, sofre um rude golpe contra a sua autonomia, sendo obrigada a aceitar cotas para o seu vestibular via judicial.
Democraticamente recorreu ao STF para, no prazo de apenas quinze minutos, a advogada da instituição justificasse perante os seus onze membros a posição contrária da UNB.
Conseguiu, em um milagre de síntese, demonstrar aos ministros da Suprema Corte e ao Brasil, todo o descontentamento e violência que uma das melhores universidades deste país sofreu por parte do governo por não ter abandonado a mania adquirida no seu nascimento.
“A UNB se propõe a discutir a melhor forma de integração do negro, assim como quer todo o povo brasileiro.”
Nos países que adotaram as cotas sociais nas universidades, como os Estados Unidos da América do Norte e a África do Sul, o resultado foi a segregação social.
Não temos critérios para definir o negro, o pardo e o moreno. Hoje essa classificação é feita por tribunais racistas, fechados, autoritários e utilizando critérios místicos para definir quem é negro ou branco. O único exame que vale para determinar a raça é o da gota do sangue (DNA).
Apenas dez genes diferenciam a cor da pele, de um total de vinte e cinco mil genes.
A pele escura não significa necessariamente ser descendente de escravos.
Muitos loiros de olhos azuis podem perfeitamente, pela gota do sangue, apresentar genes da cor negra e serem racialmente negros.
Até 1967 nos Estados Unidos era crime o relacionamento entre raças diferentes.
No Brasil, desde o seu descobrimento, foi intensa a miscigenação, formando este país de todos: brancos, negros, índios e estrangeiros, produzindo o que chamamos de cultura brasileira.
Nos Estados Unidos apenas 2% da sua população é negra pelo método da gota de sangue.
E aqui no Brasil? Impossível de se chegar a um resultado pela intensa miscigenação, mas 73% dos pobres são negros.
“Não precisamos de cotas para sanar problemas de outras realidades.”
O caminho é a escola e a saúde pública de qualidade para todos e, principalmente, oportunidade para todos. Recente pesquisa nacional demonstrou que, em dez anos de cotas sociais, não houve aumento de 1% dos alunos pobres nas universidades.
É uma falácia essa história de cotas nas universidades.
Os nossos grandes ídolos, símbolos, que formam a nossa gente não dependeram da cor da sua pele.
Rejeitam o racismo no Brasil 96% da sua população. Vamos saber o que pensa o Nelson Mandela sobre esse assunto:
“O opressor precisa ser libertado, tanto quanto o oprimido. O homem que tira a liberdade do outro é prisioneiro do ódio, do ressentimento. Está preso nas grades do preconceito e da pobreza do espírito. Ser livre é se livrar do ressentimento, é se livrar das algemas. Viver de uma maneira que se respeita e se reforça a liberdade dos outros.”
“Eu pratiquei a minha vida à luta do povo africano contra a dominação dos negros e dos brancos. O meu ideal é de uma sociedade livre e democrática em que todas as pessoas vivam com a igualdade das oportunidades.”
Mandela é contra as cotas sociais.
Não existe racismo bom. Não existe racismo politicamente correto.
Todo racismo é perverso e precisa ser evitado.

Gabriel Novis Neves
03-05-2013

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