sexta-feira, 10 de maio de 2013

EPIDEMIA


A Prefeitura do Rio de Janeiro deseja aprovar o mais rápido possível um Projeto de Lei que está na Câmara de Vereadores e que pode ser votado a qualquer momento.
Lá, como cá, segundo pesquisas realizadas por institutos de grande credibilidade, o principal problema da cidade está na Saúde Pública.
O prefeito então quer tirar da sua Secretaria de Saúde a responsabilidade constitucional de cuidar da saúde do cidadão.
Deseja terceirizar essas ações, trabalho que já está sendo realizado em vários municípios aqui de Mato Grosso pelas empresas com fins lucrativos.
São as nossas conhecidas Organizações Sociais de Saúde (OSSs), que recebem um tratamento diferenciado do Estado com relação aos repasses de recursos e tipos de atendimento.
Os governos estaduais do Rio de Janeiro e de Mato Grosso, assim como os seus prefeitos, pertencem ao amplo e famoso arco de alianças que dá sustentação política ao governo federal, que detém cerca de 70% dos recursos da nação. Sendo assim, é fácil entender que essa medida é uma ordem de Brasília.
O nosso alinhado governo já entregou a administração da Farmácia de Alto-Custo e os seus Hospitais Regionais a essas empresas privadas.
O resultado dessa experiência o povo sente na própria pele.
Quando o nosso prefeito foi ao Ministério da Saúde para solicitar dinheiro para a construção do novo Pronto Socorro, a condição imposta para a possível ajuda financeira foi que a gerência do hospital fosse entregue a uma empresa de direito público ou privado.
O próprio governo federal criou uma empresa pública para administrar os seus sucateados Hospitais Universitários.
A reação dos docentes universitários, até o momento, tem sido um empecilho para o governo implantar esse modelo de gestão que prejudicará, inicialmente, a formação dos profissionais de saúde e, em pouco tempo, causará o fechamento de toda a rede oficial dos hospitais de ensino.
Não vejo nenhum movimento da sociedade organizada no sentido de abortar mais esse crime cometido contra a nossa Saúde Pública.
O governo de Mato Grosso é um grande defensor desse modelo de terceirizar os problemas da saúde.
Notei a simpatia do nosso prefeito por esse tipo de gestão da saúde.
Faço um apelo a todos os que amam de verdade esta cidade, e não só da boca para fora: - não deixem os nossos doentes nas mãos de empresários.
A saúde é a mais social das nossas necessidades, e deve ser gerenciada por entendidos em sofrimento, e não, em lucros financeiros.
Salvem-nos dessa epidemia empresarial.

Gabriel Novis Neves
08-04-2013

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