quarta-feira, 22 de maio de 2013

PRECISA-SE?


Os jornais tentam justificar a entrada de seis mil médicos cubanos no Brasil dizendo que eles irão trabalhar “onde ninguém mais quer”.
O motivo verdadeiro, que atinge quase mil e quinhentos pequenos municípios brasileiros, encontra-se parado, por determinação do governo federal, no Congresso Nacional há mais de dez anos.
Esse projeto, que regulamentaria a presença dos médicos nos municípios mais distantes e pobres do nosso rico país, necessita somente de vontade política para resolver essa verdadeira situação de crueldade com os desafortunados.
A proposta, que possibilitaria a distribuição dos médicos, seria a criação da carreira do médico de atenção primária de saúde.
Com essa medida, após concurso público, os aprovados seriam alocados de acordo com a sua classificação nos municípios carentes desses profissionais.
Nada de inovador ou criativo.
Juízes, promotores, defensores públicos, funcionários da receita federal e estadual, pessoal das polícias federal e estadual, militares das forças armadas, passam por esse sistema.
Vão trabalhar nos municípios mais distantes do Brasil com a garantia de crescimento na carreira profissional. Após algum tempo, por merecimento, poderão vir para um grande centro, se assim o desejarem.
 Esses médicos de carreira não serão os especialistas, aqueles que entendem muito de pouco em medicina. Serão os que irão atender os Programas Saúde da Família (PSF).
Diante da ausência desses profissionais em muitos municípios, por falta de políticas públicas de fixação do médico no interior, e para não ficar mal perante organizações de direitos humanos, o governo arrumou um remendo de curta duração.
Criou o Programa de Valorização da Atenção Básica (Provab), e não explicou à população como funciona esse programa.
Os recém-graduados em medicina que não conseguiram passar nos exames de Residência Médica, cujas vagas são insuficientes para atender a demanda, recebem a oferta de uma bolsa de oito mil reais por mês para uma carga horária de trinta e duas horas semanais para ocuparem milhares de vagas existentes no interior do Brasil.
Esses médicos cuidariam das populações carentes e distantes dos grandes centros. Teriam mais tempo para estudar e enfrentar o competitivo exame de residência médica. Outro fator agregado é que eles ganhariam créditos para a prova da residência - uma aberração.
A população não é esclarecida que a presença desse médico é por tempo determinado. A bolsa recebida de oito mil reais por mês tem a duração de um ano, podendo, excepcionalmente, ser prorrogada por mais um.
Para meu espanto encontrei esses bolsistas, que deveriam estar nos cafundós do Judas, em nossa capital. E aqui existem vários.
Por que não nos municípios que não possuem nem um médico?
O mais preocupante é que, mesmo na cidade que possui duas escolas de medicina funcionando há muito tempo, faltam médicos nos postos de saúde para atendimento à atenção primária de saúde.
O Brasil não precisa importar médicos, especialmente cubanos, cuja medicina é bem inferior à nossa em qualidade.
Temos noventa e oito escolas médicas em funcionamento e, até o final de 2014, mais quarenta novas faculdades. Só aqui em nosso Estado temos três e três programadas para iniciar as suas atividades no ano que vem. Quase quatrocentos mil médicos compõem o nosso universo de profissionais.
Esses médicos importados para exercerem legalmente a sua profissão, precisam ser aprovados numa prova realizada pelas nossas universidades federais.
No último exame com médicos estrangeiros para revalidação dos seus diplomas o resultado foi assustador.
Esses importados foram inscritos em número de 937 na UFMT para os exames.
Após análise de currículo foram selecionados 823 para a prova e apenas seis aprovados.
Já está passando da hora da população que trabalha e paga impostos receber por parte do governo um pouco mais de respeito e atenção.
 “Aquilo que não for verdadeiro, nem bom e nem necessário, guarde apenas para ti.”

Gabriel Novis Neves
14-05-2013

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