Os
jornais tentam justificar a entrada de seis mil médicos cubanos no Brasil
dizendo que eles irão trabalhar “onde ninguém mais quer”.
O
motivo verdadeiro, que atinge quase mil e quinhentos pequenos municípios
brasileiros, encontra-se parado, por determinação do governo federal, no
Congresso Nacional há mais de dez anos.
Esse
projeto, que regulamentaria a presença dos médicos nos municípios mais
distantes e pobres do nosso rico país, necessita somente de vontade política
para resolver essa verdadeira situação de crueldade com os desafortunados.
A
proposta, que possibilitaria a distribuição dos médicos, seria a criação da
carreira do médico de atenção primária de saúde.
Com
essa medida, após concurso público, os aprovados seriam alocados de acordo com
a sua classificação nos municípios carentes desses profissionais.
Nada
de inovador ou criativo.
Juízes,
promotores, defensores públicos, funcionários da receita federal e estadual,
pessoal das polícias federal e estadual, militares das forças armadas, passam
por esse sistema.
Vão
trabalhar nos municípios mais distantes do Brasil com a garantia de crescimento
na carreira profissional. Após algum tempo, por merecimento, poderão vir para
um grande centro, se assim o desejarem.
Esses
médicos de carreira não serão os especialistas, aqueles que entendem muito de
pouco em medicina. Serão os que irão atender os Programas Saúde da Família
(PSF).
Diante
da ausência desses profissionais em muitos municípios, por falta de políticas
públicas de fixação do médico no interior, e para não ficar mal perante
organizações de direitos humanos, o governo arrumou um remendo de curta
duração.
Criou
o Programa de Valorização da Atenção Básica (Provab), e não explicou à
população como funciona esse programa.
Os
recém-graduados em medicina que não conseguiram passar nos exames de Residência
Médica, cujas vagas são insuficientes para atender a demanda, recebem a oferta
de uma bolsa de oito mil reais por mês para uma carga horária de trinta e duas
horas semanais para ocuparem milhares de vagas existentes no interior do
Brasil.
Esses
médicos cuidariam das populações carentes e distantes dos grandes centros.
Teriam mais tempo para estudar e enfrentar o competitivo exame de residência
médica. Outro fator agregado é que eles ganhariam créditos para a prova da
residência - uma aberração.
A
população não é esclarecida que a presença desse médico é por tempo
determinado. A bolsa recebida de oito mil reais por mês tem a duração de um
ano, podendo, excepcionalmente, ser prorrogada por mais um.
Para
meu espanto encontrei esses bolsistas, que deveriam estar nos cafundós do
Judas, em nossa capital. E aqui existem vários.
Por
que não nos municípios que não possuem nem um médico?
O
mais preocupante é que, mesmo na cidade que possui duas escolas de medicina
funcionando há muito tempo, faltam médicos nos postos de saúde para atendimento
à atenção primária de saúde.
O
Brasil não precisa importar médicos, especialmente cubanos, cuja medicina é bem
inferior à nossa em qualidade.
Temos
noventa e oito escolas médicas em funcionamento e, até o final de 2014, mais
quarenta novas faculdades. Só aqui em nosso Estado temos três e três
programadas para iniciar as suas atividades no ano que vem. Quase quatrocentos
mil médicos compõem o nosso universo de profissionais.
Esses
médicos importados para exercerem legalmente a sua profissão, precisam ser
aprovados numa prova realizada pelas nossas universidades federais.
No
último exame com médicos estrangeiros para revalidação dos seus diplomas o
resultado foi assustador.
Esses
importados foram inscritos em número de 937 na UFMT para os exames.
Após
análise de currículo foram selecionados 823 para a prova e apenas seis
aprovados.
Já
está passando da hora da população que trabalha e paga impostos receber por
parte do governo um pouco mais de respeito e atenção.
“Aquilo
que não for verdadeiro, nem bom e nem necessário, guarde apenas para ti.”
Gabriel Novis Neves
14-05-2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.