É
um pequeno lugar onde a natureza guardou tudo que tinha de mais belo, e nos
ofertou.
O
primeiro presente que a cidadezinha ganhou, foi a sua proximidade com a minha
Cuiabá.
O
percurso mais utilizado para chegar lá é por uma rodovia asfaltada de mão
dupla, sem acostamento, para liberar adrenalina nos seus turistas.
É
um dos mais belos cartões postais que conheço - todo trabalhado pela natureza.
O
cuiabano quando vai à Chapada sempre leva um agasalho, pois a temperatura lá é
muito branda e nós sentimos frio abaixo dos 40º da capital eterna de Mato
Grosso.
A
subida da serra é uma delícia de se contemplar: cerrado, campo, mata alta,
rochas, chapadão, crateras, cachoeiras, quedas de água permanentes - que dão
origem a um dos troféus da região, que é o Véu da Noiva.
Como
diz o filósofo Villa, não é para se desprezar as belezas das
cachoeiras-relâmpagos, que são produzidas apenas para o escoamento das águas
das chuvas. Terminou o período das chuvas, essas cachoeiras-relâmpagos
desaparecem.
Chegar
à Chapada é como chegar a um museu de artes. Suas esculturas maravilhosas, às
vezes provocantes para os mais conservadores, estão localizadas após o Portão
do Inferno, local mais perigoso da rodovia. Uma imensa rocha, de idade
milionária, em forma de um fálico, constrange até hoje pessoas, e são motivos
de perguntas infantis, querendo saber se aquilo é um bingolim.
As
cachoeiras da Chapada se destacam, não pela altitude da queda das suas águas,
nem pelo seu volume. O diferencial está na sua elegância inimitável. Uma fita
de água branca despencando com tanta disciplina, que só notamos o seu impacto
ao tocar com as águas que aguardam o seu abraço, produzindo nuvens de sedução.
O
silêncio barulhento da natureza com a sua sinfonia inimitável - que me perdoem
os gênios da humanidade.
Uma
verdadeira orquestra de ventos, choque das águas, pássaros ornamentais, o ruído
dos animais do chão, como o produzido pelo som de uma cobra fugindo na mata.
A
lagoa azul é uma obra de arte construída pelas rochas de um azul mais belo que
conheci. Rochas, verdes, sol, matas, flores, riachos, animais silvestres, a lua
chegando e nós chegando à cidade de Chapada.
A
Igrejinha da época da fundação de Cuiabá e toda uma história no seu percurso.
Assim vejo a sofisticada, hoje, Chapada, com os seus restaurantes de luxo e
condomínios de gente rica, que decidiu adotar a cidade mais romântica e
conhecida de Mato Grosso, como o seu berço de paz.
Gabriel
Novis Neves
24-06-2012
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