terça-feira, 3 de julho de 2012

Preocupação do professor


Se há um produto que não falta em Cuiabá é a danada da notícia. O experiente Alfredo Menezes, em seu artigo “Copa e pós Copa”, fala das suas preocupações - baseadas em estudo da UFMT com relação ao megaevento de futebol programado para 2014.
Inicia o seu rosário de queixas com o sério problema da saúde pública. Depois fala sobre a falta de leitos nos hotéis e segurança pública, principalmente.
Está certíssimo o nosso professor em manifestar-se sobre essa loucura que foi em não atender prioridades inadiáveis de um Estado em desenvolvimento para satisfação pessoal dos carentes de notoriedade.
O governo está inviabilizando o interior produtivo e deixando um legado de dívidas impagáveis ao Estado que cresce.
Só o custo do novo campo de futebol significa, em dinheiro, o investido pelo Estado nos últimos cinco anos para construção de novas escolas e reformas.
Após os jogos da Copa, o custo da manutenção do estádio, será de R$ 100 mil reais/mês. No belo artigo do nosso professor, gostaria de espichar um pouco e esclarecer a população como vai a nossa saúde pública.
Hoje Cuiabá não tem mais condições de atender a sua população necessitada de internação hospitalar.
Nossa população cresceu e nossos leitos diminuíram. Para agravar mais a situação, a saúde no interior do Estado foi praticamente dizimada, produzindo um fantástico fluxo de pacientes para Cuiabá.
O governo não possui em sua capital um único hospital geral.
O professor defendeu a ideia de reservar uma ala dos nossos hospitais privados para atender as emergências dos turistas em 2014.
Essa sugestão é totalmente inviável. Se tivéssemos leitos sobrando, tudo bem.
Como não internar um paciente com infarto do miocárdio, tendo leitos vagos para os turistas?
Todos os hospitais privados trabalham no seu limite máximo 24 horas por dia.
As urgências e emergências precisam de retaguarda de leitos nas UTIs e quartos, e a maioria dos nossos hospitais funciona com os seus Pronto-Atendimentos, sem esse aparato tecnológico.
Conseguir internação em hospital de Cuiabá, nem com ordem judicial: nunca há vagas.
Assistimos pacientes morrendo na porta dos hospitais, outros em casa esperando o chamamento. Os do interior morrem nos transportes.
Se a FIFA considerasse o fator saúde para sediar a Copa, Cuiabá seria reprovada.
Professor Alfredo, vamos fazer novena para o milagroso São Benedito proteger a saúde dos turistas estrangeiros durante os jogos da Copa em Cuiabá.

Gabriel Novis Neves 
12-06-2012

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