Se
há um produto que não falta em Cuiabá é a danada da notícia. O experiente
Alfredo Menezes, em seu artigo “Copa e pós Copa”, fala das suas preocupações -
baseadas em estudo da UFMT com relação ao megaevento de futebol programado para
2014.
Inicia
o seu rosário de queixas com o sério problema da saúde pública. Depois fala
sobre a falta de leitos nos hotéis e segurança pública, principalmente.
Está
certíssimo o nosso professor em manifestar-se sobre essa loucura que foi em não
atender prioridades inadiáveis de um Estado em desenvolvimento para satisfação
pessoal dos carentes de notoriedade.
O
governo está inviabilizando o interior produtivo e deixando um legado de
dívidas impagáveis ao Estado que cresce.
Só
o custo do novo campo de futebol significa, em dinheiro, o investido pelo
Estado nos últimos cinco anos para construção de novas escolas e reformas.
Após
os jogos da Copa, o custo da manutenção do estádio, será de R$ 100 mil
reais/mês. No belo artigo do nosso professor, gostaria de espichar um pouco e
esclarecer a população como vai a nossa saúde pública.
Hoje
Cuiabá não tem mais condições de atender a sua população necessitada de
internação hospitalar.
Nossa
população cresceu e nossos leitos diminuíram. Para agravar mais a situação, a
saúde no interior do Estado foi praticamente dizimada, produzindo um fantástico
fluxo de pacientes para Cuiabá.
O
governo não possui em sua capital um único hospital geral.
O
professor defendeu a ideia de reservar uma ala dos nossos hospitais privados
para atender as emergências dos turistas em 2014.
Essa
sugestão é totalmente inviável. Se tivéssemos leitos sobrando, tudo bem.
Como
não internar um paciente com infarto do miocárdio, tendo leitos vagos para os
turistas?
Todos
os hospitais privados trabalham no seu limite máximo 24 horas por dia.
As
urgências e emergências precisam de retaguarda de leitos nas UTIs
e quartos, e a maioria dos nossos hospitais funciona com os seus
Pronto-Atendimentos, sem esse aparato tecnológico.
Conseguir
internação em hospital de Cuiabá, nem com ordem judicial: nunca há vagas.
Assistimos
pacientes morrendo na porta dos hospitais, outros em casa esperando o
chamamento. Os do interior morrem nos transportes.
Se
a FIFA considerasse o fator saúde para sediar a Copa, Cuiabá seria reprovada.
Professor
Alfredo, vamos fazer novena para o milagroso São Benedito proteger a saúde dos
turistas estrangeiros durante os jogos da Copa em Cuiabá.
Gabriel
Novis Neves
12-06-2012
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