Um
amigo perguntou-me se tenho o hábito de ler os Planos de Governo que os
partidos políticos elaboram durante o período eleitoral para debater com a
sociedade.
Respondi
que não, por dois motivos principais.
Primeiro:
porque nem o próprio candidato lê e, se por acaso ganhar a eleição, não irá
cumprir nada que ali está escrito, por ser pura fantasia sem nenhum compromisso
com a realidade.
Segundo:
são verdadeiros caixotes de folhas digitadas, cheias de gráficos e números
feitos por empresas especializadas.
Não
tenho a mínima motivação para tomar conhecimento da compilação dos textos
utilizados nestes documentos fictícios.
Entretanto,
acho um mimo para a decoração de bibliotecas caseiras, mesas, além de indispensáveis
para serem folheados nos debates da televisão.
Alguns
candidatos mais legalistas registram esses planos de governo em cartório, numa
demonstração de compromisso com a palavra empenhada no documento.
Geralmente,
o candidato que adota esse recurso, está no desespero, e procura criar um fato
novo na esperança de melhorar a sua coleta de votos.
Não
tenho implicância com esses Planos de Governo, que facilmente são encontrados
no comércio especializado e vendidos de acordo com o número de habitantes do
município.
O
pagamento é antecipado, em moeda corrente para não ficar em restos a pagar,
cujas contas são quitadas se o candidato for o vencedor do pleito.
Algumas
recordações sobre planos não cumpridos seria importante para reavivar a memória
do eleitor.
Até
a chegada do PT ao poder, os banqueiros internacionais eram pintados como
demônios responsáveis por todos os males da humanidade.
Assim
que o Lula ganhou a eleição para a Presidência do Brasil, o seu primeiro ato
foi implorar para um banqueiro internacional, deputado federal tucano, que
assumisse o Banco Central do Brasil por oito anos, com poderes ilimitados.
O
candidato eleito governador de Mato Grosso em 2002 jurou por São Benedito que
educação e saúde seriam secretarias técnicas e blindadas por ele. Foi só
assumir o governo que adotou a política dos velhos coronéis de loteamento do
poder.
O
candidato vitorioso nas últimas eleições para a prefeitura de Cuiabá jurou no
Conselho Regional de Medicina que o seu secretário de saúde seria um médico, e
iria cumprir integralmente o seu período de quatro anos de governo.
Nem
uma coisa nem outra foram feitas.
Há
pouco tempo escrevi um artigo sobre a inutilidade das Audiências Públicas.
Reúne-se um enorme grupo de pessoas, todos falam durante horas sobre o assunto
da pauta e, ao encerrar a reunião, está esquecido tudo que foi dito.
Geralmente
a solução para os problemas exigem recursos financeiros e essa atribuição é do
executivo.
Poderia
citar uma série de inutilidades, mas Planos de Governo e Audiências Públicas
são amostras atuais e bastante significativas para o momento.
Plano
de governo é como dizia o meu avô: “Só serve para inglês ver”.
Gabriel Novis Neves
20-07-2012
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