Quem
diria que o Senado Federal, que um dia foi a Casa de Ruy Barbosa, fosse
transformado em pensão de suplentes sem votos.
É
o preço da democracia brasileira.
O
percentual de ‘senadores’ sem votos, logo, sem representatividade, atinge
marcas extremamente perigosas.
Essa
classe de senadores biônicos tem as mais diferentes origens. A maioria é
composta por financiadores da campanha ou sócios ocultos chamados popularmente
de laranjas, quando não, familiares.
É
constrangedor ver um desses sem votos debater assuntos nacionais com um Pedro
Simon.
O
pior é que o número deles cada vez aumenta mais. É raro o Estado que não tem o
seu suspeito bionicozinho no plenário que um dia frequentou o Darcy Ribeiro.
O
nosso Estado sempre manda o seu sem voto para o Senado, que assume pelo acordo
de campanha.
Uns
assumem única e exclusivamente para resolver seus problemas particulares.
Outros
por obra do destino. Como o incrível caso de Goiás, onde sai o titular - futuro
candidato à Presidência da República - por suas ligações com um bicheiro e,
entra o ex-marido da esposa do contraventor.
Deu
para entender?
Sai
um senador do Cachoeira e entra outro do mesmo contraventor, agora ligado por
laços consanguíneos.
No
Maranhão, o titular assume um Ministério e, em seu lugar, fica o seu filho.
Em
Minas, o empreiteiro que financiou a campanha do senador assumiu com a morte do
titular.
Em
Mato Grosso, pelo acerto de campanha e outras afinidades, sai o titular que
pediu votos para nos representar e assume em seu lugar um suplente da sua
extrema confiança.
A
lista é longa e chega a assustar.
O
triste nessa história toda é a desmoralização de uma instituição que deveria
ser séria pelos seus próprios representantes.
E
lembrar que um dia os Senadores foram chamados de Pais da Pátria!
Hoje,
esses senhores são reverenciadas pelo povo, pelo deboche que fazem deste país.
Por
favor, espertos senadores! Um pouco de respeito à população faz bem a esta
nação, tão impotente diante de tantos desmandos e atos não republicanos por
parte dos senhores!
Ninguém
suporta mais tanta hipocrisia das nossas autoridades. O país perdeu seus
índices de desenvolvimento e, principalmente, de dignidade.
Gostaria
que o presidente Lula fizesse nova avaliação sobre o número de picaretas
existentes no Congresso Nacional, especialmente no Senado Federal.
Gabriel
Novis Neves
14-07-2012
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