O
organismo feminino não sabe que estamos nos tempos modernos e funciona como foi
programado, especialmente com relação à reprodução.
Com
o passar dos séculos o homem, com a sua “infinita sabedoria”, no sentido de
ajudar, desregulou essa montagem da natureza.
Como
tudo que existe no universo, também somos filhos da natureza e a ela devemos
obediência.
Jamais
pensei em radicalizar as minhas concepções humanísticas, ignorando que a
ciência dos homens muito tem ajudado a natureza em certos casos.
Fernando
Magalhães, o pai da obstetrícia moderna no Brasil, dizia que a necessidade de
aprender jamais poderia representar a necessidade de prejudicar alguém.
O
organismo feminino desconhece muito das invenções da ciência médica. Cito como
exemplo o parto operatório (Cesariana), nos tempos modernos considerado pelas
gestantes, e a maioria dos médicos, como o parto normal.
Na
nossa cidade o parto normal só acontece nas maternidades particulares,
principalmente, quando a gestante chega ao hospital em período expulsivo.
Entender
o processo de reprodução humana é uma das maravilhas que conheço e, até hoje,
com mais de meio século de exercício profissional, ainda me emociono
profundamente.
Somos
produtos de duas células, uma feminina e outra masculina. Após 40 semanas, essa
célula nova será uma criança de cerca de três quilos trezentos e cinquenta
gramas, com um comprimento, em média, de cinquenta centímetros.
A
gestação não é doença, muito pelo contrário. É sinal de saúde do casal e assim
deve ser tratada.
É
imprescindível, para o sucesso da reprodução, um bom pré-natal. A Organização
Mundial de Saúde (OMS) recomenda, no mínimo, seis consultas nesse período.
Essas
consultas são distribuídas nas três fases da gestação: primeiro trimestre -
onde quem comanda é a genética; o segundo trimestre - aquele em que as atenções
maiores são para a saúde da mãe; e o terceiro trimestre - quando o médico irá
monitorizar a saúde do neném e da mãe.
O
contato eventual de uma gestante com um obstetra não representa pré-natal. Como
gestação não é doença, precisamos informar às gestantes dos tempos modernos,
princípios de fisiologia.
As
alterações do corpo feminino são fantásticas, sendo as externas percebidas pela
futuras mães. O volume de líquido plasmático aumenta cerca de dois litros. Por
isso, recomendamos a elas o único medicamento durante essa fase, que é a
recolocação do ferro em um líquido que aumentou consideravelmente.
A
gestante nunca deverá usar medicamentos sem orientação médica, especialmente no
primeiro trimestre da gravidez. Isso poderá causar lesões ao feto.
Evitar
cair em tentação com os “conselhos” recebidos. Dificilmente na nossa cultura
alguém se controla no sentido de indicar um exercício, massagem, produtos da
rendosa medicina alternativa com uma fórmula ou remédio misterioso - que é uma
“maravilha.”
São
colocadas à gestante tantas informações que, observando a ansiedade das mesmas
após mais de vinte anos de pesquisas, e com ajuda de artistas plásticos,
escultores, fotógrafos, ceramistas, fiz um consultório de terapia visual para
pré-natal.
A
terapia visual é de cura instantânea quando atingimos o emocional das
pacientes. Com essa exposição mostro uma série de equívocos educacionais, causa
de sofrimento das gestantes dos tempos modernos.
Elas
vêem com interesse o trabalho visual e derrubam valores como: - gravidez faz a
mulher ficar feia; que não podem namorar; que aleitamento causa flacidez nas
mamas; dúvidas se o feto é perfeito; tipos de partos e, finalmente, se na hora
do início do trabalho de parto encontrará o seu médico.
Esclarecendo
as perguntas, as gestantes dos tempos modernos compreendem esse momento
especial que lhes fora concedido como prêmio, e não, como castigo por ter
comido a maçã proibida e expulsa do paraíso com a maldição do “parirás com
dor.”
Vejo
a gravidez nos tempos modernos com a simplicidade dos tempos de Eva.
Gabriel
Novis Neves
08-01-2012
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