Para
não cometer possíveis injustiças - que não consegui encontrar - com certeza, o
novo na política mato-grossense nos últimos trinta anos, é o senador Pedro
Taques.
Jovem,
sem militância político partidária, Procurador da República e professor
universitário, abandonou o seguro do seu futuro, sonho de todo brasileiro, e
ganhou uma eleição majoritária para o Senado da República do candidato do
Planalto, do governo do Estado e do município. Não foi eleito pelos grotões,
onde predomina o cabresto dos ricos proprietários rurais.
Só
isso bastaria para consagrá-lo. No Congresso Nacional entrou pela porta do
baixo clero, logo sendo convidado por seus méritos pessoais para ocupar a
janelinha do ônibus da classe especial.
Deixou
de ser um senador provinciano, subalterno aos desejos do Planalto, para ser
reconhecido como senador do Brasil.
Taques
é um exemplo do quanto faz falta um novo na política brasileira.
Os
currais continuam funcionando a todo o vapor, impedindo os novos de se
candidatarem.
Cuiabá,
há anos, espera pelo novo para transformar esta quase tricentenária cidade -
vítima dos coronéis que durante séculos controlam com mãos de ferro o seu
comando.
Nas
eleições municipais deste ano não teremos discursos inovadores. Baterão na
velha e ineficiente tecla de submissão total aos governos estadual e federal.
Falarão o tempo todo, nos minutos caríssimos da televisão, em conseguir
recursos de quem não tem, para municípios sem expressão política e propostas
viáveis para o desenvolvimento regional.
Encontrarão
uma cidade arrasada e com o caixa do tesouro vazia.
Vivemos
o sistema político do toma ‘lá da cá’. Sem representação política quantitativa
no Congresso Nacional, temos que vender projetos úteis ao governo federal, e
não pedir dinheiro para construir estádios de futebol ou asfaltar estradas
vicinais com asfalto casca de ovo.
A
impressão que tenho com essas amarrações políticas espúrias, é que veremos, nos
próximos anos, um velho filme com atores decadentes.
Falta
o fator novo na política cuiabana. Gente preparada para a missão nós temos, mas
seus nomes não interessam aos donos dos negócios do poder.
Vejo
o futuro da minha cidade sem entusiasmo e até com certa preocupação, pois um
dia fui jovem e me contaram a verdade.
“Nunca
se deve dizer a verdade aos jovens. Eles um dia envelhecerão.”
E,
por saber dessas verdades, temo pelo presente da minha cidade, já que o seu
futuro é incerto.
Desejo
estar errado. Torço pelo fracasso da minha avaliação e, que os candidatos que
ora se apresentam, cuidem realmente de todos nós.
Gabriel
Novis Neves
30-06-2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.