domingo, 15 de julho de 2012

O novo


Para não cometer possíveis injustiças - que não consegui encontrar - com certeza, o novo na política mato-grossense nos últimos trinta anos, é o senador Pedro Taques.
Jovem, sem militância político partidária, Procurador da República e professor universitário, abandonou o seguro do seu futuro, sonho de todo brasileiro, e ganhou uma eleição majoritária para o Senado da República do candidato do Planalto, do governo do Estado e do município. Não foi eleito pelos grotões, onde predomina o cabresto dos ricos proprietários rurais.
Só isso bastaria para consagrá-lo. No Congresso Nacional entrou pela porta do baixo clero, logo sendo convidado por seus méritos pessoais para ocupar a janelinha do ônibus da classe especial.
Deixou de ser um senador provinciano, subalterno aos desejos do Planalto, para ser reconhecido como senador do Brasil.
Taques é um exemplo do quanto faz falta um novo na política brasileira.
Os currais continuam funcionando a todo o vapor, impedindo os novos de se candidatarem.
Cuiabá, há anos, espera pelo novo para transformar esta quase tricentenária cidade - vítima dos coronéis que durante séculos controlam com mãos de ferro o seu comando.
Nas eleições municipais deste ano não teremos discursos inovadores. Baterão na velha e ineficiente tecla de submissão total aos governos estadual e federal. Falarão o tempo todo, nos minutos caríssimos da televisão, em conseguir recursos de quem não tem, para municípios sem expressão política e propostas viáveis para o desenvolvimento regional.
Encontrarão uma cidade arrasada e com o caixa do tesouro vazia.
Vivemos o sistema político do toma ‘lá da cá’. Sem representação política quantitativa no Congresso Nacional, temos que vender projetos úteis ao governo federal, e não pedir dinheiro para construir estádios de futebol ou asfaltar estradas vicinais com asfalto casca de ovo.
A impressão que tenho com essas amarrações políticas espúrias, é que veremos, nos próximos anos, um velho filme com atores decadentes.
Falta o fator novo na política cuiabana. Gente preparada para a missão nós temos, mas seus nomes não interessam aos donos dos negócios do poder.
Vejo o futuro da minha cidade sem entusiasmo e até com certa preocupação, pois um dia fui jovem e me contaram a verdade.
“Nunca se deve dizer a verdade aos jovens. Eles um dia envelhecerão.”
E, por saber dessas verdades, temo pelo presente da minha cidade, já que o seu futuro é incerto.
Desejo estar errado. Torço pelo fracasso da minha avaliação e, que os candidatos que ora se apresentam, cuidem realmente de todos nós.

Gabriel Novis Neves      
30-06-2012

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