Os
jornais dão destaques às reformas no governo do Estado.
Sabios
editores. Se não colocassem em letras garrafais a saída de alguns secretários
para disputar as eleições de outubro próximo, ninguém sentiria a ausência
deles.
Nunca,
jamais, na história deste Estado vi, em início de governo, um secretariado tão
desanimado e desestimulado como o atual.
Talvez
esse envelhecimento precoce seja um grave efeito colateral do mandato de oito
anos - com a continuidade do mesmo grupo no poder.
Cinco
anos seriam o ideal, e a reeleição de quem ocupou o mandato de cargo executivo
maior nas esferas federal, estadual e municipal, deveria ser vetado por lei,
sem direito a recurso no Supremo Tribunal Federal (STF).
O
replay nesses cargos vem com uma carga forte de frustração, desmotivação e
inflação do ego.
É
a lua de mel de um casal mais velho, com muitos filhos e netos. No repique de
quatro anos não conheço ninguém no Brasil que não tivesse saído com as vestes
respingadas pela poeira de fatos inexplicáveis. Imagine com a prorrogação.
A
rotatividade do poder faz bem à nação e mal à vaidade dos homens, agora mais
“experientes” e compensando perdas fisiológicas com demonstrações de saúde
autoritária.
Veja
a reação do ex-presidente que, ditatorialmente, impôs um candidato pesadíssimo
para disputar a prefeitura de São Paulo.
Meses
atrás não conseguiu agregar nenhum partido para a refrega de outubro e, diante
da perda do apoio do partido do Tiririca (um milhão e meio de votos para
deputado federal), o velho metalúrgico, aborrecido, disse que sairia candidato
para não deixar um tucano ganhar e para demonstrar quem manda neste país.
Agora
respirou melhor com o apoio do chefe doutor Paulo Maluf.
O
efeito Lula-Maluf, constrangeu a ex-prefeita de São Paulo pelo PT, Luiza
Erundina hoje deputada federal pelo PSB.
Era
a escolhida para ocupar o cargo de vice prefeito nas eleições deste ano, na
chapa do menino do Lula.
Cena
constrangedora e desnecessária, que chocou a todos que tem neurônios pelo
conjunto da obra.
Sem
poder, mensalão para ser julgado em agosto, recuperando-se de um período no
Sírio Libanês e beirando a terceira idade, deveria ter um melhor
cuidador.
Na
política não temos amigos, e sim, aproveitadores, negociadores e oportunistas.
A
reforma no governo do Estado nada mais é que a partilha atualizada dos bens
políticos, bastante diferente daquela de 1º de janeiro de 2011.
Em
bom português, é o famoso toma lá dá cá, sem o qual não vivem os nossos
políticos. Com novos passageiros, teleguiados por novas forças, o barco
continua a navegar sem nenhuma possibilidade de transformação na sua rota.
Apenas
alguns novos inquilinos, atenderão por outro nome.
Os
incentivadores da reforma têm toda a razão em querer mudanças na tripulação,
pois a navegação não está tranquila e eles não poderão assumir de graça os ônus
de um Estado falido, sem dinheiro, que abandonou o interior para participar da
festa da Copa.
Como
assumo que tenho mais passado que futuro, sinto uma tristeza em constatar o meu
Estado, a cidade em que nasci e fui educado, viver um presente que não merecia.
Vejo
o poder quase em pesadelo, tratando o nosso Estado como mercadoria em um grande
balcão de negócios, ante o silêncio e o desinteresse de gerações.
Não
há culpados, e sim, promiscuidade e cumplicidade, próprias do sistema que
escolhemos como forma de governo para alguns.
E
que venham as reformas para as manchetes dos jornais!
Gabriel
Novis Neves
07-06-2012
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