Ancelmo
Góis informa em sua coluna no jornal “O Globo” que para a “Copa das Copas”
estão sendo mobilizados cinquenta e sete mil homens das Forças Armadas, cem mil
policiais e quinze mil seguranças, num total de cento e setenta e duas mil
pessoas.
Como
dizia aquele inesquecível Presidente, “nunca na História deste país” se
mobilizou tanto soldado em tempo de paz e, principalmente, para “proteger”
apenas doze subsedes onde serão realizados os jogos.
Não
contando com militares de países estrangeiros, especialmente aqueles que virão
trabalhar no Serviço de Inteligência.
Armamentos
de última geração tecnológica foram adquiridos para “abrilhantar” o maior
evento popular do mundo.
Vejam
abaixo alguns dados onde houve guerras com países estrangeiros e lutas
internas.
Na
Guerra do Paraguai foram mobilizados cento e trinta mil militares no período de
1865-1870.
No
conflito de Canudos (1896-1897), no interior baiano, vindo de dezessete
Estados, o efetivo foi de doze mil homens.
Durante
a Revolução Constitucionalista de 1932, Getúlio Vargas conseguiu mobilizar cem
mil soldados, enquanto o lado paulista tinha uns trinta e cinco mil homens.
O
número de brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi de
vinte e cinco mil homens.
Para
ocupar o conjunto de favelas da Maré no Rio de Janeiro são empregados dois mil
e quinhentos soldados das forças militares.
Durante
a Conferência Mundial no Rio-92, que reuniu Chefes de Estado, dezessete mil
soldados cuidaram da segurança.
Não
imagino o custo desse projeto para proteger apenas uma dúzia de cidades por
pouco mais de um mês.
A
criminalidade deverá aumentar no interior. Os indicadores que hoje nos
atormentam tendem a apresentar números mais cruéis.
A
“Copa das Copas” é prioridade em um país onde a cada dia ficam mais gritantes
as desigualdades sociais?
Turistas,
e principalmente jornalistas que vieram de todas as partes do mundo, não estão
preocupados com esse superaparato militar, tampouco, com os gastos da “Copa das
Copas” e, muito menos, com as obras superfaturadas e inconclusas.
O
que está chamando mesmo a atenção dos nossos visitantes é o nosso atraso
social, traduzido por esse fosso da desigualdade social.
Depois
da “Copa das Copas” haverá desmobilização da nossa segurança e continuaremos a
frequentar as estatísticas dos países mais violentos.
Enfim,
o povo vive de pão e circo, e este último, com certeza não nos faltará.
Gabriel
Novis Neves
11-06-2014
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