Houve
época em que cronistas famosos escreviam sobre o dia a dia das cidades. Sempre
contavam uma história curiosa e divertida.
Carlinhos
de Oliveira, um dos melhores nessa arte, tinha seu escritório em um bar.
Antônio Maria preferia o Hotel Plaza. Carlos Drummond de Andrade, o seu
Gabinete no Ministério da Educação no Rio de Janeiro, Rubem Braga na sua famosa
cobertura de Ipanema.
Poetas,
compositores e músicos preferiam as mesas de um boteco nas madrugadas, quando
eram inspirados para suas poesias.
Como
tinham assuntos! Sempre recheados de poesias e belezas da vida! Rubem Braga via
um beija-flor em seu jardim suspenso e, no dia seguinte, nos presenteava com um
texto inesquecível.
Sergio
Porto conversava com garagistas do seu edifício. Foi em uma dessas conversas
que descobriu e projetou ao mundo das artes o imortal Cartola.
Escrever
hoje sobre o cotidiano das nossas cidades está mais para correspondente de
guerra do que para a saudosa leveza de
um cotidiano trivial.
A
natureza, suas belezas, fantasias, foram substituídas pelo terror e pelo medo.
Acabei
de ler em uma revista de circulação nacional que a família do craque Cristiano
Ronaldo da Seleção Portuguesa não virá ao Brasil assistir à Copa do Mundo por
causa da violência existente nas cidades.
Uma
das irmãs do atual melhor jogador do mundo esteve em Fortaleza e não deseja
repetir a experiência.
E
os cronistas do dia a dia estão desaparecendo ou com as suas horas contadas.
Não
temos novidades. É sempre a repetição de
violências e atos de corrupção desse nosso atual dia a dia.
Com
a repetição, claro, os fatos deixam de ser novidades.
Triste
final das cidades, centros inspiradores das mais belas páginas da nossa
literatura e vivência neste Planeta.
Gabriel
Novis Neves
20-06-2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.