sexta-feira, 20 de junho de 2014

Briga de casal

Jamais poderia imaginar que o grupo político que há doze anos veio para renovar o nosso Estado tivesse cometido nesse espaço de tempo tantas infrações éticas.
O crime organizado comandado pelo iniciante “Comendador” foi extinto por ação do Ministério Público Federal através da conhecida operação Arca de Noé em fins de 2002.
Em compensação, os homens da botina, que substituíram os do tênis, montaram um sistema mais eficiente e poderoso, e que somente agora foi desbaratado pela Polícia Federal.
Segundo o que foi apurado, o objetivo maior, além do enriquecimento do grupo, era a perpetuação da turma no poder.
A  grande meta moralizadora dos novos governantes era abrir as “malas pretas” da administração passada numa explícita alusão à corrupção que diziam existir, coisa possível de acontecer no nosso modelo republicano de governar.
O jovem governador acusado morreu amargurado com as humilhações sofridas pelas crueldades dos estadistas fazendeiros.
E a tal da mala preta que era o símbolo da corrupção passada jamais foi encontrada.
Desculpas tardias não curam defuntos morais, tampouco físicos.
Com a sequência das Operações Ararath a “mala preta” foi encontrada e seus personagens expostos à sociedade.
Muitos se surpreenderam com a audácia e voracidade dos donos da verdade ao avançarem com tanto apetite e organização no erário público, única e exclusivamente em benefício pessoal e de seus asseclas.
Todo tipo de crime contra o sistema financeiro foi cometido, envolvendo outros poderes do Estado.
Foi realmente  uma mega e bem formatada quadrilha de assaltos ao Tesouro Estadual.
O antigo Comendador recusou delatar seus sócios, pagando no presídio de segurança máxima pelos seus  crimes e, dos seus graduados companheiros.
O bem estruturado técnico e politicamente grupo que o substituiu no comando do crime organizado, jamais poderia imaginar que uma simples briga de casal fosse desvendar, com provas contundentes, aquilo que todo mundo já sabia.
Assim como a soja, brotavam também em nossas terras férteis grandes fortunas inexplicáveis.
O período da colheita do péssimo comportamento com a coisa pública não poderia ser em momento tão inoportuno.
Estamos sediando jogos da Copa em nossa cidade e, sabiamente, sua Excelência, o digno Juiz Federal, acabou com o sigilo do processo, deixando as falcatruas cometidas ao alcance de todos - para a satisfação da sociedade e alegria dos jornalistas nacionais e internacionais que abundam por aqui.
Todo o planeta ficará sabendo como vivem os homens na terra do agronegócio.
Não merecíamos tamanha humilhação! A verdade está nos autos do processo criminal e na riqueza externa desse pessoal, incompatível com seus rendimentos de funcionários públicos.
Esperamos que a justiça dos homens cumpra com o seu dever constitucional punindo os responsáveis pelo maior escândalo político do nosso Estado, com vistas grossas das instituições que deveriam zelar pelo bem público.
Nossa gente trabalhadora não suporta mais conviver com marginais das leis.
Acreditamos na justiça e na reconstrução deste Estado de gloriosas tradições, com trabalho, ética e educação para todos.
Precisamos formar cidadãos e expulsar os fariseus do nosso território sagrado. Tchau, aproveitadores! Vão ser felizes e viver tranquilos nas suas terras de origem.
Basta! Vocês já nos fizeram muito mal!

Gabriel Novis Neves
09-06-2014

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