Vivemos
momentos em que não podemos mais classificar os diversos tipos de cultura como
boa ou ruim.
A
cultura pop, uma das mais rendosas, está aí para comprovar isso.
Há
alguns dias assisti a um programa de entrevista pela televisão. O convidado era
um dos mais conhecidos MCs do momento.
O
famoso Funkeiro confessou fazer jus a um salário equivalente a mais ou menos
quatrocentos mil reais mensais.
Inculto
ao falar, porém articulado e coerente com o linguajar do meio que o valoriza,
passou-me imediatamente os valores do mundo atual.
A
cultura chamada de elite, com seus conceitos, suas exposições de arte, sua
literatura acessível a poucos, tem a mesma dimensão da cultura pop.
O
que talvez apenas as diferenciem é a sua durabilidade. Uma é temporária e a
outra atravessa os séculos.
Preconceito
à parte, já não mais se pode preconizar qual seria a melhor. Cada uma é
coerente com o seu espaço e com o seu tempo.
Ainda
que não nos agrade, temos que admitir que cada uma se adapta a determinado tipo
de pessoa num determinado momento cultural.
Tudo
isso ficou muito bem definido somente após a revolução industrial.
A
maneira de expressão de cada grupo sócio econômico cultural passou a ser
valorizada pelos diferentes guetos.
Os
funkeiros ou os pagodeiros não são nem melhores nem piores que os concertistas
famosos, apenas diferentes nas suas expressões.
Assim,
os preconceitos com relação a bom ou mau gosto não procedem e apenas mostram a
nossa dificuldade em lidar com o diferente.
Como
somos um país pop, todos que trabalham com essa cultura estão sempre mais em
evidência e, portanto, melhor remunerados em relação aos poucos que trabalham
com culturas mais sofisticadas.
Algumas
vezes uma simples entrevista pode nos fazer entender questões até então não
pensadas.
O
fato de não gostarmos de determinado tipo de música, de arte ou de literatura,
não significa que a mesma seja ruim, apenas não nos identificamos com ela.
Áreas
de Miami, por exemplo, outrora discriminadas, são atualmente valorizadas pelo
que há de melhor no grafismo mundial.
Abaixo
todo e qualquer preconceito! O mundo caminha independente dos nossos gostos.
Gabriel
Novis Neves
28-04-2014
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