sexta-feira, 20 de junho de 2014

Patriotismo

Antes do início dos jogos da Copa o que mais se vê são manifestações de rua transformando a vida das cidades.
São Paulo, com transtornos dos metroviários em greve pacífica por melhores salários e condições de trabalho. O Rio, com o insolúvel problema de violência com as mortes na Favela do Alemão. Recife, Salvador, Brasília, e até a nossa pacata Cuiabá, estão em clima de insatisfação com o Governo.
Para dar um basta nesta desagradável e desconfortável situação para o Governo que cedeu seu território à FIFA, uma forte publicidade nos ataca diariamente apelando, não para nossa conhecida hospitalidade, e sim, para o nosso espírito patriótico.
Alguns poucos comerciantes, timidamente, temendo represália popular, estão colocando alguns enfeites em seus estabelecimentos empresariais. Outros, mais previdentes, se mostram omissos.
Da parte da população, o patriotismo outrora exibido através de bandeiras nos carros, pinturas nos muros residenciais e faixas nos edifícios, é motivo de pesquisa para encontrá-los.
Também pudera! Dos vinte e três jogadores selecionados para defenderem o Brasil na Copa do Mundo, apenas uns três ainda atuam nos nossos gramados.
Os outros são “estrangeiros”, e muitos deles não conhecem nem o Maracanã, Morumbi, Mineirão e outros grandes estádios brasileiros.
Saudades tenho das seleções em que todos os jogadores titulares e reservas jogavam em times brasileiros.
O clube de futebol é a base da paixão pela seleção. Esses que entrarão em campo para nos defender são atletas de times de fora.
Meu patriotismo pela seleção chegou ao auge quando no time principal - campeão do mundo no Chile em 1962 - tínhamos como titulares: Nilton Santos, Garrincha, Didi, Amarildo e Zagalo.
Eram cinco jogadores do Botafogo.
Ficava fácil naquela época torcer pela seleção canarinho, pois conhecíamos e nos identificávamos com todos os seus jogadores.
Hoje, patriotismo para torcer pela “legião estrangeira” de milionários que defenderão o Brasil, nem com marketing ocupando todos os espaços na mídia.

Gabriel Novis Neves
06-06-2014

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