quarta-feira, 4 de junho de 2014

Vendaval

Não é só o dinheiro na mão que é vendaval como na canção do Paulinho da Viola em tempos passados.
As recentes operações da Polícia Federal também têm esse efeito destruidor nas ambições de alguns.
Poder e dinheiro em certas mãos são vendaval.
A poucos meses das eleições, aqui no Estado da Soja e das ferrovias das fazendas no nortão, o tabuleiro de xadrez já estava quase todo montado para continuar com a hegemonia do grupo econômico atual no poder. Mas, bastou a Arca de Noé encostar-se ao Monte Ararath para que tudo fosse para os ares.
Quem era não é mais, quem queria, jura que nunca quis. Outros prometem abandonar a “excelente” profissão de político.
Diante desse vendaval, parece que ressurge a candidatura rejeitada e incômoda de Maurício Magalhães, atualmente afastado do Estado por motivo de saúde em pessoa da sua família.
Fenômeno como esse produzido pela Operação Ararath só tinha presenciado na eleição de Negrão de Lima para governador da Guanabara (1965), onde a revolução cortou muitos candidatos com eleição garantida, como Sérgio Magalhães, Lott, e tantos outros, até surgir o Embaixador.
No futebol tivemos a vitória do Real Madri sobre o Atlético de Madri no último minuto dos cinco da prorrogação, ficando com a Taça.
Acho que a incompleta Ararath já eliminou muita gente do cenário eleitoral. Ao concluir as três programadas para os próximos dias, tudo estará zerado no nosso processo pré-eleitoral.
Aí então, a grande oportunidade para o pré-candidato a candidato na convenção do PSDB, do ex-secretário de Dante de Oliveira, inscrito em tempo hábil ao cargo de governador de Estado, pois o seu partido alegava falta de quadros, agora agravado.
Haverá uma disputa acirrada entre ele e o jornalista Muvuca pelas oposições.
Ser candidato pela situação terá de se ter vocação para mártir. Como defender o indefensável em uma campanha política?
O eleitor, diante dos últimos acontecimentos que chocaram o nosso Estado, sem opções, estará diante de um grande dilema: voto branco, nulo ou exercer a sua cidadania e, nessa hora, a única das três caixinhas de surpresas continua sendo a do voto secreto.
As outras duas, a tecnologia e a ética, tornaram-se vulneráveis. Barriga de gestante a ultrassonografia facilmente determina o sexo do bebê. Voto de juiz antes de tornar público todo mundo sabe.
O renascido Estado Curral está sem opções neste deserto de homens públicos, que não se confunda com políticos, duas categorias totalmente diferentes. Hoje temos predominância do segundo grupo.
E a Copa do Mundo?
Será que as nossas chamuscadas autoridades enfrentarão o público das Arenas? Embora sua plateia seja de conservadores endinheirados e estrangeiros, há riscos de manifestações não agradáveis.
Os pobres ficarão nas favelas ouvindo os jogos pelo radiozinho, isso se não tiver um apagão, que faz parte do nosso desenvolvimento.
A classe média emergente, criada pelo governo da reeleição, ficará mal acomodada no Fun Fest feito às pressas por imposição do dono da festa, a FIFA.
Quantas emoções nos aguardam!
Esta será, com certeza, a nossa Copa inesquecível!

Gabriel Novis Neves
25-05-2014

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