Diz
um ditado popular que “não se pode agradar a gregos e troianos”.
Quem
não gostaria de ser muito rico neste mundo capitalista e usufruir dos prazeres
materiais que o dinheiro propicia?
Mesmo
assim, há pessoas que sofrem com o esbanjamento do chamado “vil metal”,
especialmente quando passam a empregá-lo em futilidades inexplicáveis.
Não
que elas repudiem o bom, o confortável e o glamour que o dinheiro fácil é capaz
de produzir. Muito pelo contrário, mas, não suportando o torrar inconsequente e, principalmente, a agressividade social da ostentação, eles
ficam acabrunhados e sofrem.
Rasgar
ou queimar dinheiro é coisa de doido, diz o povo. Gastar apenas por gastar
porque tem, a explicação científica encontra-se nos bons compêndios médicos.
Beira à insanidade. Ao contrário de ser um ato de despojamento material é um
desrespeito a si mesmo e aos outros.
Preocupações
sociológicas surgem aos observadores serenos. Não é fácil abordar sem traumas o
assunto riqueza. Mesmo no mundo do consumismo desenfreado e da
irresponsabilidade social, certos milionários, geralmente os pertencentes à
categoria dos novos ricos, portadores de cacoetes egoístas como filosofia de
vida, nos causam um enorme repúdio.
Sim,
porque os grandes herdeiros, os nascidos em berço de ouro ou os que conheceram
situações de pobreza, dificilmente se tornam exibicionistas.
A
sociedade desordenada necessita de parâmetros consistentes para ser um instrumento de paz. Com o advento
da Internet todas as manifestações faraônicas de poder são imediatamente
compartilhadas pela grande massa que
trabalha para sobreviver. Não há como negar o recrudescimento da tão histórica
luta de classes.
Com
essa alienação social dos milionários caminhamos para a catástrofe. O resultado
se vê diariamente em nossos noticiários jornalísticos, e as vítimas são, na sua
maioria, inocentes trabalhadores.
Assistindo
a uma entrevista de um haitiano fugitivo da sua pátria por total possibilidade
de sobrevivência, ele relatou que mesmo em seu miserável território existem
milionários.
Indagado
pelo jornalista quem eram eles, respondeu com um sorriso maroto e com aquele
gesto rotatório da mão esquerda sobre a palma da mão direita, que era o pessoal
do governo.
A
praga da corrupção é universal, não respeita nem o povo em fuga da morte por
inanição.
Admiro
e torço pelo vencedor que com seu trabalho honesto construiu fortuna, não
devendo explicações a ninguém e, muito menos, como irá usá-la.
Esses
heróis do capitalismo devem respeitar seus semelhantes que muitas vezes não
tiveram oportunidades.
Até
para ser milionário e gastar milhões há necessidade de humildade e um mínimo de
educação social, que não se aprende nos bancos escolares e, sim, em casa e nos
laboratórios de ética.
Gabriel
Novis Neves
10-05-2014
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