terça-feira, 10 de junho de 2014

EXPLORAÇÃO

Segundo observadores em Copa do Mundo, a FIFA lucrará com este evento no Brasil o dobro daquilo que faturou nas duas últimas – as de 2006 e 2010.
Verdadeiro negócio da China para os donos do futebol mundial!
Os preços de certos produtos atingiram patamares impensáveis para a nossa realidade, como água mineral, refrigerante, cerveja ou um simples sanduíche.
Não contando os absurdos preços do transporte aéreo, da hospedagem, de um prato de comida e do estacionamento.
Somente as autoridades, empresas multinacionais patrocinadoras da Copa, milionários emergentes, assistirão aos jogos nas Arenas, com número bastante reduzido de assentos, exatamente para explorar os fanáticos torcedores.
O ex-Maracanã de duzentos mil torcedores na partida final com o Uruguai no dia 16 de julho de 1950, abrigava um público de duzentas mil pessoas. Na geral estavam trinta mil periféricos da sociedade.
Hoje, com esses preços padrão FIFA, os trabalhadores de baixa renda foram excluídos. A Copa no Brasil é para turistas internacionais e para a elite política e social.
Estarão nas Arenas as autoridades e seus convidados, os do grupo dos patrocinadores e, alguns milionários estrangeiros e nacionais, produtos do nosso momento histórico.
Alguns fanáticos contrairão dívidas para “adentrar” ao estádio da Copa.
A verdadeira classe média, ou ficará em casa assistindo aos jogos pela televisão ou irá ao FUN FEST ainda em construção.
A tal classe média emergente, inventada pelo governo atual, ficará em casa ouvindo os jogos pelo radiozinho de pilha, pois onde mora a energia elétrica ainda não chegou, assim como outros benefícios sociais.
Os miseráveis nem sabem que existe neste país essa monstruosa feira de negócios para os estrangeiros da FIFA.
O carnaval, alegria do povo, de há muito foi transformado em diversão para turistas estrangeiros. Agora é o nosso futebol que deixa de ser um programa popular.
Os movimentos sociais estão denunciando mais esse direito negado à nossa população menos favorecida.
Esta Copa ficará como um marco da nossa insensatez. Os botijões de gás da insatisfação popular com os gastos exorbitantes com as obras, aliada à corrupção explícita, chegou a atemorizar os órgãos de segurança nacional.
Nesta nossa pequena cidade de seiscentos mil habitantes a revolta popular é tanta, que há dias os militares treinam dia e noite com apoio de aviões, helicópteros, canhões e armas pesadas para a segurança da Arena.
E ainda há uma preocupação pós-Copa: saber que destino será dado à Arena de seiscentos milhões de reais. Dizem que a Arena será transformada em local de touradas.
O contribuinte que foi obrigado a bancar a sua construção deseja saber como ficará este Estado endividado e comprometido com a Operação Ararath.
Enfim, junho é o mês das festas juninas.
A Copa será mais uma extra.

Gabriel Novis Neves
30-05-2014

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